Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Por Detrás da Máscara | simbologias e rituais

RITUAIS E SIMBOLOGIA DA MÁSCARA
Os rituais festivos da máscara no Nordeste Transmontano ocorrem em dois momentos fundamentais do inverno: o primeiro é o chamado ‘ciclo dos doze dias’, compreendido entre o Natal e os Reis (com as festas dos Rapazes, de Santo Estêvão, de São João Evangelista, do Ano Novo e dos Reis); o segundo é o Carnaval, de sábado à Quarta-feira de Cinzas. Nestas celebrações, os mascarados assumem papéis diversificados, cada um deles com a sua simbologia específica; em todo o caso, e por se tratar de atos sagrados na sua génese, as máscaras cumprem uma finalidade cultural.
Os mascarados são os protagonistas destes rituais festivos, pelo que, a máscara se constituiu o elemento imprescindível das celebrações. Os trajes, os chocalhos, os tridentes, as tenazes e outros adereços completam a indumentária necessária à metamorfose que eleva simples mortais ao estatuto de titãs – entidades superiores que desafiam os deuses ou celebram rituais sagrados em benefício do povo.
Na antiga Ibéria, tratava-se de ritos agrários de fertilidade; talvez por isso, ainda hoje, as máscaras ostentam elementos relacionados com esta simbologia. A expulsão dos males da comunidade ou profilaxia social pode constatar-se na crítica social, nos castigos (simbólicos) corporais, nas fogueiras ou na queima do Entrudo ou mesmo na luta dos opostos. Os ritos de iniciação ou de passagem dos jovens à idade adulta constituem um aspeto fundamental da simbologia das festas dos Rapazes na nossa região e em outras partes (centro e norte) da Península Ibérica.
Para a compreensão destes factos culturais torna-se necessário recuar no tempo – o da Antiguidade Celta, Grega e Romana e, em certos casos, a Idade Média. Contudo, toda a simbologia contida nos rituais festivos com máscara permanece vigente nos nossos dias; esta circunstância permite-nos considerar as mascaradas como elementos identitários das comunidades que as celebram, condição sine qua non para a sua classificação como Património Cultural Imaterial. Com esta amostra, o Centro de Interpretação do Território de Sambade presta um valioso contributo para a valorização deste Património.

António Pinelo Tiza
Academia Ibérica da Máscara

Sem comentários:

Enviar um comentário