A Assembleia Municipal de Mirandela vai pedir ao presidente de endocrinologia da Ordem dos Médicos e à Sociedade Portuguesa de Diabetologia que se pronunciem sobre a resposta que a administração da ULS do Nordeste deu a uma moção daquele órgão autárquico a solicitar a vinda de médicos especialistas em endocrinologia para o distrito de Bragança.
A comissão permanente da assembleia municipal não ficou nada agradada com a resposta de que o atual modelo organizativo com os médicos de clínica geral são suficientes para o acompanhamento de cerca de 16 mil diabéticos que existem no distrito, quando se sabe que esta patologia é a segunda maior causa de morbilidade na região.
O caso foi despoletado, em Abril de 2016, quando elementos da comissão permanente da Assembleia Municipal de Mirandela visitaram o hospital da cidade que integra a Unidade Local de Saúde do Nordeste. Nessa altura, tomaram conhecimento que nos três hospitais e nos 14 centros de saúde do distrito não existe um único médico especialista de endocrinologia, para prestar assistência aos cerca de 16 mil diabéticos que estão sinalizados.
Como se isso não bastasse, nos indicadores sobre o perfil de saúde da população abrangida pela ULS do Nordeste, constata-se que a segunda principal causa de morbilidade é precisamente a Diabetes.
Ora, estas preocupações foram plasmadas numa moção aprovada na Assembleia Municipal de Mirandela e também na Assembleia da CIM Terras de Trás-os-Montes, a solicitar ao Ministro da Saúde para providenciar com urgência a vinda de médicos especialistas em endocrinologia.
A resposta veio da administração da ULS do Nordeste a garantir que o modelo organizativo já permite “uma abordagem adequada aos doentes diabéticos tipo 2”, e que também está em funcionamento uma unidade coordenadora funcional da diabetes, de natureza multidisciplinar que se articula diretamente com os respectivos médicos de família dos utentes portadores da diabetes tipo 2.
Mais avança a ULSNE, que existe em Mirandela consulta de grupo do pé diabético em colaboração com o Centro Hospitalar do Porto.
A resposta não satisfaz a Assembleia Municipal de Mirandela, como sublinha o seu presidente, José Manuel Pavão
A Assembleia Municipal promete não desistir de reivindicar a vinda de especialistas em endocrinologia, num distrito onde esta patologia afeta 12 por cento da população.
Não se conformando com esta resposta, a Assembleia Municipal de Mirandela aprovou, na última reunião, uma nova moção para que algumas entidades, ligadas a esta especialidade, se pronunciem sobre esta situação, como explica José António Ferreira, deputado municipal do PS, relator responsável por esta moção.
Informação CIR (Rádio Terra Quente)
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