O município de Miranda do Douro recusa a transferência do Museu da Terra de Miranda para a esfera municipal, à semelhança da posição publicamente conhecida da câmara de Bragança em relação ao Museu do Abade de Baçal.
Artur Nunes diz não estar claramente interessado na eventual transferência, porque considera que o espaço cultural, que integra a Rede Portuguesa de Museus é “de carácter nacional”, e tem um acervo único no âmbito da etnografia, da língua e da cultura mirandesas e já transmitiu essa posição à tutela.
“Numa reunião que tive com a secretaria de estado do governo anterior, eu referenciei que não estaria interessado na transferência do Museu da Terra de Miranda para a câmara municipal, porque não é um museu de Miranda, mas da terra de Miranda, é abrangente relativamente ao território”, frisou o autarca.
A manutenção na Rede Portuguesa de Museus é considerada fundamental para que se mantenha a capacidade de captação de públicos a nível nacional, mas também transfronteiriços, considera ainda Artur Nunes:
O autarca entende que este “não é um museu morto, é um museu vivo, com muitas ligações desde o ponto de vista local, regional e transfronteiriço. Penso que isso faz deste museu não apenas local e é dos poucos museus que não tem um carácter local mas regional”.
Actualmente sob a alçada da Direcção Regional de Cultura do Norte, o Museu da Terra de Miranda foi fundado em 1982, em resultado da actividade entusiasta nos domínios da arqueologia, da história, da linguística e da etnografia da região do Padre António Maria Mourinho, que viria a ser o seu primeiro director. Alberga um vasto espólio constituído por peças arqueológicas e um acervo sobretudo etnográfico.
Escrito por Brigantia
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