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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Já ouviu falar de escrinheiras? Sabe para que eram usados os escrinhos?

Viajámos até Vimioso para lhe dar a conhecer o ofício dos escrinhos. Cestos que ainda nos dias de hoje ficam bem em qualquer sala, outrora tinha outra serventia.

Escrinhos serviam noutros tempos para tentar chegar à Lua
Escrinhos eram cestos muito práticos feitos com palha centeia e casca de silva, antigamente usados para guardar sementes e farinha, hoje mais para decoração. Por Vilar Seco, em Vimioso dão-nos a conhecer uma lenda que relata um episódio que usaram escrinhos para chegar à Lua, será que conseguiram? A Raízes foi conhecer a história destes escrinhos.

Viajámos até à Vilar Seco, no concelho de Vimioso, por aqui ainda se fala com o sotaque mirandês, e os habitantes são conhecidos por escrinheiros, mais à frente vamos perceber porquê.

Somos recebidos por uma das escrinheiras de serviço neste ateliê, Rosa do Nascimento, que apesar de só ter aprendido esta arte há uns cinco ano, mostra-se muito à vontade a falar do assunto. “Achei interessante esta actividade e decidi inscrever-me e começar aprender. É um trabalho demorado e acho que é por isso que há poucos interessados, infelizmente”, conta a escrinheira.

Escrinhos são feitos de palha de centeio e silva
Rosa prepara o material para nos mostrar como se fazem então estes cestos, enquanto nos conta que antigamente era um trabalho de homens como “não havia televisão as pessoas arranjavam com que se entreter e puxavam pela cabeça, ao contrário de agora”, lamenta. A recolha de material para a confecção destes cestos tem que ser feita na altura a certa. “O centeio é recolhido no tempo da ceifa, depois tem se tirar as sementes e guardá-lo num local seco. Já a silva pode ser cortada em qualquer altura, desde que não tenha rebentos. Depois é limpa, tiram-se os picos e o miolo com uma faca”, explica Rosa enquanto exemplifica sentada no ateliê do escrinho. Depois de limpa a silva, enrola-se a em novelos largos e coze-se em água quente durante dez minutos. Esta cozedura leva a que a silva fique mais resistente, para se moldar melhor. Depois do material pronto começa-se então a entrançar o centeio com a casca da silva.

A lenda dos Escrinheiros que queriam ir à lua
Hoje os habitantes de Vilar Seco ainda são conhecidos como os escrinheiros, há até uma lenda caricata. Há muitos anos atrás, os habitantes tentaram ir à Lua, muito antes que os americanos, amontoando grande quantidade de escrinhos, uns em cima dos outros para alcançar então a lua. Quando estavam quase a chegar, viram que faltava um escrinho, mas não havia mais. Ficaram todos atrapalhados sem saber o que fazer, eis que o Cabo de Polícia, homem de muita sabedoria, teve uma ideia genial, dizendo que a situação era fácil de resolver, retirando um escrinho debaixo e colocando-o em cima, sendo fortemente aplaudido pelos presentes. Deitaram então mãos à obra, e ao tentar executar a tarefa qual foi o resultado: ruiu tudo!

Diz o povo que a real intenção era chegar a um queijo, o qual foi confundido com a lua. Ou seja, ficaram a seco, nem queijo, nem lua.

Revista Raízes

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