Miguel Viegas realçou à Lusa que o resumo que faz desta audição com produtores e técnicos é "muito pela positiva", devido ao potencial existente nesta região, porém notou que faltam políticas para aumentar a produtividade e promoção, que, prometeu, irão merecer a sua "ação imediata" no Parlamento Europeu.
"Trás-os-Montes tem aqui um recurso de grande valor, um ativo fundamental, faltam políticas que passam por investimentos para aumentar a produtividade, como o regadio, e uma estratégia de promoção e valorização do produto", resumiu.
Para o deputado ao Parlamento Europeu, "os transmontanos fizeram o mais difícil", que foi "construir este olival tradicional, falta agora dotar a região de um arrede de infraestruturas e uma estratégia de valorização".
O eleito do PCP prometeu que "irão merecer ação imediata" junto do Parlamento Europeu questões como "adulteração do azeite" que chega de outros países e que colide com a qualidade da produção regional.
O deputado apontou que existem países "onde são feitas misturas" e defendeu "a fiscalização e mesmo proibição" das mesmas por serem um fator "negativo" para os azeites portugueses, ao não obedecerem aos mesmos padrões.
Deu como exemplo o azeite que está a ser importando da Tunísia, nomeadamente pela Itália onde a produção nacional sofreu um revés, obrigando a recorrer à importação fora da união Europeia, o que para o deputado do PCP "não pode ser uma porta aberta e permanente".
Outra questão que promete abordar é a da necessidade de "medidas sanitárias que salvaguardam" os olivais tradicionais portugueses do "conjunto de doenças que estão a aparecer".
O deputado europeu explicou ainda que esta iniciativa junto dos produtores e técnicos de Mirandela se insere nas audições temáticas que os eleitos do PCP fazem "regularmente em todo o país em função das agendas do Parlamento Europeu".
A região de Trás-os-Montes continua a ser a segunda maior produtora portuguesa de azeite, mas o seu peso a nível nacional caiu para quase metade numa década, segundo divulgaram recentemente organizações ligadas ao setor.
Num debate sobre a temática, em janeiro, em Macedo de Cavaleiros, a secretária-geral da Fenazeites, Patrícia Falcão Duarte, revelou que a produção está a aumentar em todo o país, mas enquanto, em 2007, a região de Trás-os-Montes era responsável por 30% da produção nacional, em 2016, esse valor que caiu para 16%. Já no Alentejo, o maior produtor nacional passou a ser responsável por 71% da produção nacional, quando, em 2007, valia 45%.
Trás-os-Montes gera, neste setor, cerca de 30 milhões de euros para a economia portuguesa.
Agência Lusa
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