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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

O MONO PALRADOR

Por: Humberto Pinho da Silva 
(Colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


 O grande Aquilino encontra-se um pouco esquecido, todavia é dos maiores prosadores da língua portuguesa.

Pena é – a meu ver, – que o nome do extraordinário prosador, esteja manchado por atividade política pouco recomendada, e pelo facto de ser testemunha no testamento de Manuel Buiça, realizado três dias antes do regicídio, segundo Rocha Martins, e registado por António Manuel Ferreira, no livro: "De Marquês de Pombal ao Dr. Salazar.

"Ora o Mestre Aquilino em " Escritor Confessa-se", afirma: " Na nossa terra, basta esbracejar, dar murros na mesa, bramar, romper contra a corrente do bom senso, armar em teso, para ganhar fama de valente ou superioridade, e fama que não é fácil extirpar com duas razões, no bestunto do nosso próximo."

É o que fazem, em geral, sindicalistas, e alguns políticos, que arrastam multidões...

Essa valentia lusa, é igualmente utilizada, por cabeças ocas, que passam por sabias, e abundam pelas empresas, impressionando dirigentes “medrosos”, que ocupam cargo, por favor do partido que militam, cuja ideologia asseveram acreditar.

Ninguém melhor os retratou, do que o nosso Bocage, em:" O Macaco Declamador":

"Um mono, vendo-se um dia/ Entre brutal multidão / Dizem lhe deu na cabeça / Fazer uma pregação.

" Creio que seria o tema / Indigno de se tratar / Mas isso pouco importava, /Porque o ponto era gritar

" Teve mil vivas, mil palmas, / Proferindo à boca cheia / Sentenças de quinze arrobas, / Palavras de língua e meia.

" Isto acontece ao poeta, / Orador, e outros que tais; / Néscios o que entendem menos, / É o que celebram mais."

Quem não conhece, na política, na associação cultural e desportiva, o mono palrador, que berra de cátedra, e de voz ardilosa, pretendem esmagar tudo e todos?

Encontram-se nas empresas, em bicos de pés, " Para serem vistos " (como disse Diderot,) de com voz de bordão e ares doutorais, pretendem impressionar, para subirem na hierarquia.

António Lopes Ribeiro, em: " Anticoisas & Telecoisas", escritor e cineasta famoso,  conhecedor perfeito da nossa sociedade, afirma:

" Fazer barulho e dar nas vistas – tal é a chave do êxito em nossos dias."

E mais adiante: " (...) Quem for discreto, modesto, pudico, reservado, recatado e respeitador, não vai longe em qualquer carreira,” mormente – escrevo eu, – na política e funcionalismo publico.


Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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