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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 10 de julho de 2018

A ARTE DA CANTARIA EM BRAGANÇA

Olá familiazinha!

O mês de Julho entrou troado, mas o sol promete secar o feno que ainda não estava segado. Por isso, como dizem alguns dos nossos tios: “quem o tem, que o segue!”.

Os entendidos do tempo não prevêem chuva para as próximas duas semanas e por causa disso é que os escritórios da terra vão dar muito que fazer aos nossos tios e tias nos próximos tempos. É altura de matar a bicharada, nomeadamente o escaravelho da batata, pois como nos contou a tia Maria Lúcia, de Pinelo (Vimioso), anda “diariamente a fazer a eutanásia dos mal desejados da minha horta”, pois não quer usar remédios químicos e por isso é à mão e um a um que lhes atalha a vida.

Na última semana tivemos uma apresentação de um jovem de 14 anos, que estava, juntamente com o seu cão, a pastorear 216 ovelhas. Referimo-nos ao nosso primo Hugo, de Quirás (Vinhais), que embora ainda estude, aproveita as férias para tirar o curso do pastoreio. Temos percebido que há jovens que continuam a ajudar os pais nos trabalhos agrícolas, o que é muito bom porque os prepara para a vida.

Quem continua a lutar pela vida é o nosso tio Carlos, pastor de Cavages – Vale de Janeiro (Vinhais), que depois de ter estado internado três semanas no hospital de Bragança, foi transportado de helicóptero, no passado dia 5, para o Porto, onde foi operado ao coração. Que Deus o ajude.

Nos aniversariantes, começo por felicitar os 63 anos do nosso tio Manuel da Torrié (Murça), que respira Família do Tio João por todos os poros, pois como todos sabemos é vendedor de café e por onde passa espalha o amor e amizade desta família. Parabéns grande amigo. Estiveram também de parabéns Amélia Machado (62), das Quintas da Seara (Bragança); Norberto Castro (34), Seara Velha (Chaves); Glória (67), do Zoio (Bragança); Carlos Miranda (50), de Castedo (Torre de Moncorvo); Vera Marisa (37), Rio Frio (Bragança); Maria Cristina (65), Samil (Bragança); Vitória Romão (84), Caravela (Bragança); Tiago (27), Zoio (Bragança); Elisabete (42),

S. Martinho (Miranda do Douro); Isabel (40), Alfaião (Bragança) e Ilda (73), de Vale de Figueira (Tabuaço).

Agora vamos conhecer uma profissão que está quase extinta, que é a dos canteiros, os doutores da cantaria.

“De 15 de Janeiro de 1951 a 15 de Janeiro de 1953, decorreu a construção do Palácio da Justiça e da Casa dos Magistrados, sendo mandado construir pela câmara municipal que tinha essa competência legal.”(1)

Durante este período chegaram a Bragança muitos canteiros, vindos de outras zonas do país e que tornaram a cidade maior, porque por cá ficaram e fizeram a sua vida, como é o caso do nosso saudoso tio Abel Rolo, natural de Viana do Castelo e canteiro de profissão, que cá encontrou a sua esposa, a saudosa tia Crisantina Reigadas.

Vamos conhecer o filho de outro canteiro que veio para Bragança praticar a arte da cantaria.

“Chamo-me Bruno Silva, nasci em Amarante há 69 anos e vim para Bragança com um ano de idade, porque o meu pai veio trabalhar para o Palácio da Justiça (Tribunal). Somos onze irmãos e eu sou o mais velho dos rapazes e o único que seguiu a profissão de canteiro como o meu pai. Comecei a aprender esta profissão depois de fazer a 4.ª classe, no ano de 1960, com 11 anos de idade, nas obras da Escola Industrial e Comercial de Bragança.

Quando o meu pai veio de Amarante para Bragança só éramos nascidos eu e a minha irmã mais velha. Na altura veio muita gente da zona de Amarante, Viana do Castelo, Porto e Lamego, trabalhar na construção do edifício do tribunal de Bragança.

Embora já tivesse visto o meu pai trabalhar no Castro de Avelãs, localidade para onde viemos morar primeiramente, antes de virmos para Bragança, só depois de fazer a 4.ª classe na Escola da Estação é que fui trabalhar com ele para as obras da Escola Comercial e Industrial de Bragança, que já andava a ser construída há pelo menos dois anos e eu andei lá mais outros dois. A empresa construtora era a mesma que na altura também andava a construir o edifício do antigo Banco Nacional Ultramarino, onde eu também andei a trabalhar.

A maior parte da pedra vinha de Montesinho e alguma de Caçarelhos. O meu pai trabalhou também na construção da taça e da adega cooperativa, entre várias obras por toda a cidade. Eu trabalhei dos 11 anos de idade até aos 22, altura em que fui para a tropa. Quando regressei, o trabalho de canteiro começou a escassear e só esporadicamente é que ia fazendo uns trabalhinhos e fui trabalhar para o antigo mercado de Bragança.”

Ficámos a conhecer um pouco melhor a vida de quem ajudou a embelezar a nossa cidade.

Tio João
in:jornalnordeste.com

1 comentário:

  1. Obrigado Tio João, grande amigo. Obrigado por ter feito a entrevista e publicado do meu marido Bruno Silva. Os teus pais conhecem-no muito bem e grandes amigo. Gostava de ter o jornal. Beijinhos João-.
    Fátima Moreno.

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