O projeto ex-voto pretende, em primeira instância, documentar uma tradição religiosa que, ao longo do tempo, tem vindo a perder-se. Os ex-votos integram um ritual antigo que expressa a fragilidade dos homens e a omnipresença de Deus, ecoando o sacrifício, a entrega de um pedaço de si mesmo como pagamento da retribuição da divindade.
Este ato de fé materializa-se em diferentes formas que, tradicionalmente, seriam partes do corpo em madeira ou cera mas que rapidamente se expandiram para outras expressões como a roupa, objetos de pessoas, monumentos, fotografias, pinturas.
No trabalho aqui apresentado, a escolha centrou-se nos ex-votos de cera e nos ex-votos fotográficos, ambos representantes simbólicos da era da reprodutibilidade através do negativo ou molde que permitem a sua multiplicação. Deste modo, o estudo partiu de um questionamento prático da relação entre o humano e o divino através do corpo representado e aprofundou a função da fotografia como mediadora, não só da relação do crente com a representação do seu corpo - o seu lugar - mas também da relação entre o objeto - a representação - e o divino. Procura-se assim elaborar uma reflexão sobre o corpo contemporâneo, o corpo do ‘Eu’ e os seus simulacros através da problematização da necessidade que o Homem sempre demonstrou em representar-se, tanto na arte como na religião.
Simultaneamente estará também patente ao público a exposião "Douro" de Geoge Dussaud.Encorajado pelo poeta Miguel Torga, Dussaud inicia, em abril de 1985, um extraordinário trabalho fotográfico na região do Douro, onde, para além de uma visão muito particular sobre paisagem e os íngremes socalcos, nos dá a conhecer o quotidiano do homem duriense, particularmente na época das vindimas.
A presente exposição reúne cerca de 75 fotografias a preto e branco, na sua maioria pertencentes à coleção do Museu do Douro, no Peso da Régua.
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(Henrique Martins)
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