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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 17 de março de 2022

BRAGANÇA - Cartaz das Eleições de outubro de 1937

 Regime do Estado Novo, sendo uma ditadura atroz, consagrou, na Constituição, a realização de eleições presidenciais, legislativas e para as Juntas de Freguesia, uma vez que só o voto popular podia fornecer a legitimação interna e externa de que necessitava. Contudo, os resultados eleitorais sempre foram controlados de modo a garantir a vitória do candidato ou da lista da União Nacional e todas as eleições foram fraudulentas numa esquemática de poder pelo poder. As eleições presidenciais de 1949 e 1958 foram dois desses momentos importantes para Portugal, em que o povo teria podido votar e decidir o futuro do país mas em que a opressão, a censura, a violência iminente e a fraude visível marcaram a campanha eleitoral e determinaram a votação, garantindo a vitória dos candidatos e a derrota dos da oposição.


As eleições sempre foram, são e serão o momento crucial em que a população de um país participa ativamente na vida política, elegendo os seus representantes e governantes e manifestando o seu apoio ou repúdio pelas políticas do governo. Por isso, elas devem ter por lema a Liberdade, pois o povo tem o direito patente e natural de expressar sem “prisões” o seu juízo. Durante 48 anos os portugueses não tiveram esse direito, pois viveram debaixo de uma ditadura castradora das liberdades fundamentais, menosprezando o ser humano na sua condição básica, numa base ilusória, criando uma névoa programática, que ofusca o ser e a sua condição. Factualmente o Estado Novo foi um programa autoritário de um rigor desumano e perverso, conservador em valores morais, como de imperativos categóricos se tratassem, corporativo na sua plenitude ideológica, antidemocrático em todos os domínios, antiliberal na relação social e drasticamente fascista, mantendo Portugal debaixo de uma ditadura repressiva, que não aceitava a existência de partidos políticos, de sindicatos livres, da oposição, que reprimiu severamente todas as manifestações de descontentamento popular e que manipulou todas as eleições que se realizaram durante este período.

Assim, este cartaz dirigido aos Brigantinos, emana uma manipulação constrangedora, na forma e na substância, onde o próprio pensamento fica preso nas garras das expressões:” …”os homens bons das nossas freguesias” …“São os melhores, em todos os sentidos….”Pelo bem da Nação!”.

O medo impera, asfixia a liberdade, condena o pensamento individual, maltrata os sentidos, e a própria vivência, num terror psicológico, que deixa marcas e traumatismos numa sociedade oprimida na reflexão. Pensar, exprimir o “eu” é o pecado fatal.

A partir da História, neste período turbulento e negro de Portugal, fica-nos a lição para afinarmos a nossa reflexão, e que se faça luz no nosso espírito face às Ditaduras que emanam do seu ninho putrefacto na contemporaneidade.

Fonte: Arquivo Distrital de Bragança

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