Além da bola doce, não faltaram outros produtos dali característicos e muito apreciados nesta época de Páscoa, nomeadamente o folar, os económicos, os dormidos, o fumeiro e os queijos e, está claro, o artesanato. Quem vende garante que as pessoas compram menos mas continuam a comprar. Os expositores mostraram-se satisfeitos com o certame. “As pessoas correm as barracas todas para comprar um bocadinho. Vão comprando, mas está complicado. Levam o mesmo valor em dinheiro mas levam em menos quantidade. Nesta altura o que se vende mais são os económicos, a bola doce e o folar”, explicou André Marcos. “Este é um fumeiro feito a partir de animais de raça bísara. É fumeiro tradicional. Temos chouriça, salpicão, presunto, butelo. Este ano há mais gente, comparando com o ano passado. Há muitos espanhóis. Em relação a vendas está ela por ela”, disse António Carvalho. “Nós aqui na feira vendemos mas estamos mais para pôr o nosso nome. A nossa faca sai para o mundo inteiro. Há cada vez mais gente e compram. Há muita gente sem dinheiro mas há muita que o tem. Eu não me queixo”, esclareceu Virgílio Pires.
Paula Domingues ganhou o oitavo concurso da Bola Doce. Já participou e ganhou outras vezes. Confecciona esta iguaria de Miranda do Douro com a irmã e diz que não há grandes segredos. “Os júris é que sabem mas eu acho que tem que ter a quantidade certa de açúcar. A massa também é muito importante. O conjunto todo é muito importante. A massa é muito simples, farinha, ovos, azeite e fermento. Depois fazem-se as camadas com açúcar e canela. Um dos segredos é misturar o ponto certo de açúcar com canela. Participar é canja. Ganhar é uma satisfação pessoal”.
A presidente da câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, considera que o certame tem vindo a crescer e a afirmar-se, sendo que, desde que está no executivo, esta é a segunda vez que a feira se realiza. “O não passado, tínhamos chegado ao executivo no ano anterior, e então achamos que era o tempo ideal, como era a primeira feira que íamos fazer, apostar tudo. Criámos uma feira com uma dinâmica e grandeza enormes. Este ano não podíamos recuar. A feira ganhou pés para andar. Está com uma grandeza enorme”.
A ideia é tornar a bola doce um produto IGP, ou seja, com Indicação Geográfica Protegida. O processo pode tardar mas está a andar. “É um processo que está a demorar demasiado tempo para quem está à espera dessa certificação. Mas são, infelizmente, os trâmites com que nos vamos deparando no país, porque é sempre um parecer daqui e outro de acolá. Mas acho que o processo está bem encaminhado e tão breve quanto possível a certificação vai sair”.
A Feira da Bola Doce e dos Produtos da Terra acontece, anualmente, por esta altura da Páscoa e atrai diversos visitantes ao concelho, sobretudo espanhóis. Vários grupos de pauliteiros actuaram, na feira, ao longo dos três dias. A fadista Sara Correia e os mirandeses Galandum Galundaina também animaram a festa.
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