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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Discuta-se a Pátria e a Nação e o SIS também, porque não?

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Em democracia não há intocáveis, não há vacas sagradas, não há assuntos tabu.
O romance das aventuras e desventuras de um ministro que ainda o sendo, quase não é, de outro que já não o sendo parece que é, de uma demissão por telefone que teve à mistura, mesmo não se sabendo de quem para quem, ameaças de agressões e outros rocambolescos episódios, de uma super-chefe de gabinete que tudo sabe, tudo faz, tudo (ou quase tudo) controla – será que o ministério funciona sem ela? – que tudo protege (sobretudo o ministro), tem capítulos para todos os gostos e preferências. Mas pouco interesse tem, no final do dia. Quem telefonou a quem, quem o fez primeiro, quem indicou ou reportou o quê, quem usa e manipula melhor a linguagem para, não mentindo, contrariar o que outro disse, sem o apodar de mentiroso, deixando porém essa impressão a quem ligeiramente os escute sem atender aos pormenores, aos específicos significados de cada termo e do seu contexto. Para completar o enredo amexicanado não falta quem, na ânsia de processar tudo e todos, de acusar qualquer um e mais alguém de mentiroso e de outro qualquer delito se permita zurzir num governo ambíguo, com bons resultados económicos, mas que não se refletem na vida quotidiana, atolado em casos e casinhos mas que persiste em alimentar a intriga.
Episódios quixotescos que entretêm a classe política que, infelizmente, à falta de melhores e mais substantivos, se enreda neste emaranhado do diz que disse, kafkiano a autofágico.
Que não tem o mínimo interesse.
Porém, quando se sabe de fonte segura, não desmentida, antes confirmada por todos quantos se referiram a este facto, que um indivíduo é abordado por um agente secreto, a meio da noite, intimando-o a colaborar a bem, porque sendo a mal, será pior, mas não tem alternativa se não obedecer, sem direito a qualquer réplica, qualquer defesa ou exercício do contraditório, sem explicação forte e inatacável para tal atuação... o caso muda radicalmente de figura. Quando o organismo que deve controlar a atuação desta agência secreta informa que tudo está de acordo com a Lei, mas não especifica que lei, nem que regulamento cobre tão estranho e preocupante comportamento... é de ficar inquieto, preocupado e vigilante. Também aqui houve logo quem viesse gritar na praça que o SIS é sagrado, não se pode tocar no SIS, não se pode discutir o SIS nem o seu funcionamento! Quando uma das vozes que vem “alertar” para o perigo sem medida de se estar a mexer com os sacrossantos serviços secretos é a de um ex-ministro que em fevereiro de 1982 veio à televisão alertar o país para uma “intentona” perigosa ameaçadora capaz de destruir a democracia só porque, na preparação de uma greve geral os manifestantes se preparavam para usar “varapaus” e pregos!
Não, não quero saber quais os segredos de estado pressupondo que estejam devidamente custodiados por quem de direito e, sobretudo, adequadamente protegidos. Não me movem propósitos voyeuristas de conteúdos e informações pessoais. Mas tenho o direito de saber se em Portugal volta a haver um grupo de agentes com poderes para atuar, à margem da lei, ameaçando cidadãos, independentemente de serem culpados ou não, do que quer que seja. E não, não basta dizer que tudo está conforme a legislação em vigor. É necessário dizer qual a Lei e em que circunstâncias permite tal estranha e alarmante atuação.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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