Este livro, conta a conturbada e inquietante história de Paulo, um capitão de abril e de Clara, uma psicóloga, entre os anos de 1972 e 2017. A narrativa desenvolve-se à medida que se desenrolam no país fenómenos como a clandestinidade, a ação da polícia política, o verão quente de 75 e as ações de dinamização cultural do MFA, no nordeste transmontano.
Algumas memórias de Paulo são reveladas no consultório de Clara, a psicóloga que salvou a vida de Mariana, sua mulher, na sequência de uma tentativa de suicídio. A realidade das perturbações do stress pós-traumático de guerra são o pretexto que o levam até Clara, uma mulher sedutora e enigmática, mais nova do que ele e por quem se sente perigosamente atraído.
Na verdade, os dois vivem uma estória de amor, pontuada de encontros e desencontros, numa súbita espiral de sensualidade e volúpia. A invulgar e intensa paixão que os assola, permanentemente alvo de perplexidades e equívocos, recria-se quando, um dia, Clara é, inesperadamente, confrontada com uma poderosa revelação. Com efeito, a psicóloga, quando fazia arrumações no seu consultório, descobre uma folha de papel ocultada no seu livro da terceira classe, que desvenda esse misterioso enigma.
Esta é também uma estória de fé e de esperança, onde a ética e a humanidade dos personagens, divididos entre o determinismo da vida e o livre arbítrio das decisões, emerge sempre, mesmo nos momentos mais tumultuosos e sombrios da vida.
LÍDIA GARCIA PRAÇA
Lídia Praça nasceu em Bragança. Licenciou-se em Direito, na Universidade Católica e obteve uma pós-graduação em Estudos Europeus. É jurista e quadro superior dirigente da Administração Pública.
Foi perita do Estado português, na direção-geral da concorrência, da União Europeia, em Bruxelas e membro do grupo interministerial no II plano nacional para a igualdade, cidadania e género.
Foi assessora do secretário de estado da juventude e desporto, no XIX Governo Constitucional.
Foi presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, vogal do conselho de administração da Movijovem e vogal da comissão liquidatária da Fundação para o Desenvolvimento das Tecnologias de Informação.
É embaixadora de ética desportiva, vice-presidente nacional da União Hispanomundial de Escritores, membro do conselho consultivo do Observatório do Mundo Islâmico e secretária do conselho fiscal. É membro da Associação Portuguesa de Mulheres Juristas e membro honorário do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora.
Em 2021, recebeu o prémio César Vallejo à excelência na defesa da paz e justiça social e em 2022, o prémio Águila de Oro à excelência humanística.
É autora de artigos de opinião, em órgãos de comunicação social, participa em programas de televisão e é conferencista em colóquios, conferências e seminários, na área da lei e da justiça e, também dos direitos humanos.
Tem vários livros publicados, destacando-se nos contos e narrativas, romance e poesia.
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