Acompanhadas das obras estavam cepas, troncos velhos de videiras, que serviram de inspiração a Graça Morais, além da crise social e económica que se vive na Europa.
“Com as pessoas, com as grandes preocupações que eu sinto que estamos a viver com a guerra na Ucrânia e coma s as dificuldades económicas, com aquilo que está acontecer na Europa, depois as vinhas apareceram por acaso. Vêm na sequência que eu fiz à serra para ver uma vinha que eu herdei da minha mãe e eu vi aquelas cepas. Eu acho que são verdadeiras esculturas em si e ao mesmo tempo são muito dramáticas, lembra-me pessoas torcidas e a partir delas comecei a fazer desenhos e vou continuar a desenvolver”, explicou.
A pintora dá nome ao centro, criado em 2008, onde expõe grande parte das suas obras. Fá-lo a pensar nos mais novos. Estes 15 anos têm sido para si um desafio.
“Para mim tem sido extraordinário, tem-me dado muito trabalho, mas também muito entusiasmo e sinto-me muito recompensada porque cada vez há mais visitas e as escolas estão a sentir que os alunos podem aprender e podem desenvolver a sua imaginação a partir das obras que se apresentam aqui. Contaram-me que duas crianças de sete anos que disseram ‘a senhora que faz estas pinturas deve ser muito bonita e deve ser muito boa porque ela fez isto tudo para nós’. Quando ouvi isto eu disse ‘acho que não pode haver recompensa maior sentir que uma criança sabe que isto que aqui está é para ela’”, contou.
O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais está sem director desde Outubro do ano passado, quando Jorge da Costa assumiu a direcção do Museu Abade Baçal, também em Bragança. O centro é gerido pela Câmara de Bragança. O autarca Hernâni Dias não avança o nome do próximo responsável, mas diz que está para breve.
“Vamos continuar, como sempre estivemos, empenhados a encontrar as melhores pessoas para poderem dar seguimento a este trabalho de excelência e não deixaremos de dentro em breve podermos ter já alguém que possa assumir essa responsabilidade”, disse.
Ao longo destes 15 anos o Centro de Arte Contemporânea já contou com mais de 75 exposições e 185 mil visitantes.
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