Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Durante a minha adolescência, conversei, várias vezes, com Mário Cal Brandão. Foi amigo de infância de meu pai.
Em pequeno, meu pai, pela mão de minha bisavó Júlia, ia brincar para a larga varanda dos Clérigos, que defrontava o Largo dos Loios, (Porto,) enquanto os adultos proseavam.
Tanto brincou, que certa ocasião ia rachando a cabeça. Ia, não chegou a tal. Ficou com "galo" monumental, que havia de o marcar para sempre.
Para os da minha geração não será necessário dizer quem foi o famoso advogado, mas para os jovens leitores – se os tenho, – devo esclarecer que foi deputado e viveu em Gaia. Na sua casa apalaçada, cercada de jardins, na Avenida da República, realizaram-se as primeiras reuniões secretas, do futuro Partido Socialista, ainda em embrião.
Com ele percebi o que quer dizer – socialismo e social-democracia.
Era filho de pais crentes, mas tornou-se ateu na Universidade. Respeitava as opiniões dos antagonistas, fossem quais fossem, e o direito dos crentes manifestarem a sua fé, em público.
Que o digam os católicos de Águas Santas e Corim, que o conheceram e conviveram com ele.
Para Jean-Jacques Rousseau, a plena democracia: " nunca existiu nem existirá, a verdadeira democracia é contra a ordem natural, que o maior número governe, e o menor seja governado. - Contrato Social – Cap. IV
Soube, que corre pelas Terras de Santa Cruz, semeado por " democratas" que o conceito de democracia é relativo. Para se ser democrata, dizem, basta que se realize eleições!
Ora há ditaduras do passado e do presente, que realizaram e realizam eleições, e nem por isso se tornaram ditaduras democratas!
A não ser que se concorde com Millôr Fernandes, quando disse: " Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim."
Sem liberdade de expressão, sem livre troca de ideias, e livre acesso à mass-media, não há liberdade nem democracia, porque democracia é plena liberdade.
Voltaire dizia: " Discordo do que você diz, mas defenderei até à morte seu direito de dizê-lo." Dizem, com razão, que a célebre frase é afinal de Evelyn Beatrice Hall, mas para o caso pouco importa.
A concluir esclareço que tenho sido convidado para militar em partidos políticos. Sempre declinei. Prezo a independência, e não tenho espírito de rebanho.
Atitude que me foi nefasta na vida profissional, e até no valor da reforma.
Permite-me, todavia, com orgulho, afirmar: nunca precisei de "cunhas" ou "pistolão", como diz o brasileiro; Felizmente sempre senti a proteção de Deus, ainda que não fosse, nem seja, merecedor.
Em pequeno, meu pai, pela mão de minha bisavó Júlia, ia brincar para a larga varanda dos Clérigos, que defrontava o Largo dos Loios, (Porto,) enquanto os adultos proseavam.
Tanto brincou, que certa ocasião ia rachando a cabeça. Ia, não chegou a tal. Ficou com "galo" monumental, que havia de o marcar para sempre.
Para os da minha geração não será necessário dizer quem foi o famoso advogado, mas para os jovens leitores – se os tenho, – devo esclarecer que foi deputado e viveu em Gaia. Na sua casa apalaçada, cercada de jardins, na Avenida da República, realizaram-se as primeiras reuniões secretas, do futuro Partido Socialista, ainda em embrião.
Com ele percebi o que quer dizer – socialismo e social-democracia.
Era filho de pais crentes, mas tornou-se ateu na Universidade. Respeitava as opiniões dos antagonistas, fossem quais fossem, e o direito dos crentes manifestarem a sua fé, em público.
Que o digam os católicos de Águas Santas e Corim, que o conheceram e conviveram com ele.
Para Jean-Jacques Rousseau, a plena democracia: " nunca existiu nem existirá, a verdadeira democracia é contra a ordem natural, que o maior número governe, e o menor seja governado. - Contrato Social – Cap. IV
Soube, que corre pelas Terras de Santa Cruz, semeado por " democratas" que o conceito de democracia é relativo. Para se ser democrata, dizem, basta que se realize eleições!
Ora há ditaduras do passado e do presente, que realizaram e realizam eleições, e nem por isso se tornaram ditaduras democratas!
A não ser que se concorde com Millôr Fernandes, quando disse: " Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim."
Sem liberdade de expressão, sem livre troca de ideias, e livre acesso à mass-media, não há liberdade nem democracia, porque democracia é plena liberdade.
Voltaire dizia: " Discordo do que você diz, mas defenderei até à morte seu direito de dizê-lo." Dizem, com razão, que a célebre frase é afinal de Evelyn Beatrice Hall, mas para o caso pouco importa.
A concluir esclareço que tenho sido convidado para militar em partidos políticos. Sempre declinei. Prezo a independência, e não tenho espírito de rebanho.
Atitude que me foi nefasta na vida profissional, e até no valor da reforma.
Permite-me, todavia, com orgulho, afirmar: nunca precisei de "cunhas" ou "pistolão", como diz o brasileiro; Felizmente sempre senti a proteção de Deus, ainda que não fosse, nem seja, merecedor.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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