À margem do Concurso de Ovinos da Raça Churra Galega Bragançana, em Coelhoso, este sábado, os produtores queixaram-se da seca, do aumento dos preços do alimento e da falta de apoios. Adérito Pires tem 250 ovelhas, mas admite que pode ficar apenas só com 50, devido aos gastos que tem tido. “Isto mal dá para comer porque o lucro é pouco. Não compensa. Se fizermos as contas, ao fim do ano, ficamos quase empenhados. Eu até estou para ficar só com 50. Para ficar com mais tenho que pagar rendas e assim não dá para nada”.
Humberto Figueiredo é outro dos pastores a queixar-se. Apesar de considerar que ainda compensa criar ovelhas, considera que o preço a que lhe pagam a carcaça não é suficiente. “De há meia dúzia de anos para cá, os animais sobem no talho e no produtor não. Os intermediários são os que se safam. O que nos pagam devia subir. Porque tudo dobrou, as sementes, o gasóleo”.
No concurso participaram 25 criadores e cerca de 200 animais. De acordo com José Rodrigues, secretário técnico da ACOB, Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra Galega Bragançana, esta é uma raça que está espalhada por Trás-os-Montes e há jovens a investir. “Há gente que quer investir sim. Também temos muita gente nova, atualmente, a querer ser criador desta raça. É um bom sinal. Os gados não são tão grandes como eram mas há muita gente a querer ter o seu rebanho”.
Além do concurso, a Feira do Cordeiro de Coelhoso contou ainda com expositores, com venda de produtos locais, lutas de touros e arraial. Um certame que tem vindo a melhorar de ano para ano, diz o presidente da Junta de Freguesia, João Matos. “Temos vindo a melhorar. Passa sobretudo por divulgar os produtos que conseguimos produzir e temos mais expositores, mais concorrentes, ao nível do concurso. É natural que esteja a evoluir o número de efectivos que temos”.
A Feira do Cordeiro de Coelhoso vai já na décima primeira edição e aconteceu este sábado.
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