Agora, no rescaldo dos estragos, os agricultores queixam-se dos seguros, que são fracos e não cobrem este tipo de situações.
José Reixelo é produtor de maçã há mais de 20 anos. Tem cerca de 40 hectares desta cultura em Carrazeda de Ansiães. Quando a intempérie lhe varreu os pomares, andava a apanhar a maçã Golden. 30 a 40% da que ainda estava nas árvores caiu ao chão.
O agricultor tem seguro, mas não cobre o que aconteceu e, por isso, terá de arcar sozinho com o prejuízo. “A única cobertura do seguro é do granizo e da geada. As coberturas são as que me são propostas, não sei se vem já do Governo”, criticou.
Os prejuízos para este agricultor não se resumem só à fruta. “Caíram-me cerca de 300 árvores. Todos os anos há vento, caem umas maçãs, mas não é nada como agora”, vincou.
Luís Reis tem cerca de 100 hectares de olival no concelho de Macedo de Cavaleiros. O mau tempo atirou centenas de quilos de azeitona ao chão. O agricultor estima que o prejuízo seja de cerca de um milhão de euros, o que corresponde a uma perda de 30 a 40% de produção.
O agricultor também tem vários seguros mas lamenta que de pouco sirvam. “Vamos fazendo, porque somos obrigados a fazer nalgumas campanhas e quando fazemos alguns projectos e depois quando vamos reclamar ao seguro, nunca ajuda o que deveria ajudar. Não pagam o prejuízo que o agricultor tem”, lamentou.
Por isso, considera que o Governo deveria estruturar melhor os seguros.
E perante a maior frequência de fenómenos climáticos adversos e extremos que se tem verificado, a Confederação dos Agricultores de Portugal já reiterou a “necessidade de revisão do sistema de seguros para a actividade agrícola” para “contemplar e garantir” cobertura do capital produtivo em situações como esta.
A CAP já demonstrou também solidariedade para com os agricultores afectados pela tempestade e alerta para a necessidade de o Governo “proceder à avaliação técnica e económica dos estragos em causa com máxima prioridade”, garantindo assim a “disponibilização célere dos devidos apoios aos agricultores”.
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