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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Avelanoso: Agricultores desiludidos com o baixo preço da castanha

 Os agricultores de Avelanoso, no concelho de Vimioso estão desapontados com o reduzido preço do quilo de castanha pago pelos compradores, apenas 1,20€, um valor que dizem não cobrir as despesas dos trabalhos nos soutos ao longo do ano e por isso indicam a necessidade de uma cooperativa para negociar as colheitas de castanhas a um preço mais justo.

Na aldeia de Avelanoso, Adelaide Gonçalves é proprietária de três soutos de castanheiros e iniciou a apanha da castanha no dia 19 de outubro. Segundo a agricultora, o trabalho na apanha de castanha é diário e deve prolongar-se durante um mês, até meados de novembro.

“A chuva que caiu durante o mês de setembro ainda veio ajudar ao desenvolvimento das castanhas nos ouriços. No entanto, o ideal é que chova em agosto, pois já diz o ditado: “Se chover em agosto, também há magusto!”» – disse.

Questionada sobre o modo como escoa a sua colheita, Adelaide Gonçalves, indicou que vende as castanhas a compradores intermediários, que diariamente passam pela aldeia de Avelanoso.

“São compradores que percorrem as aldeias de Avelanoso, São Martinho de Angueira e outras localidades, para comprar as colheitas de castanha aos agricultores. Este ano, estão a pagar apenas 1,20€ pelo quilograma de castanhas, o que é muito pouco para o trabalho que temos ao longo do ano com as lavras, as limpezas, os adubos e a apanha”, protestou.

Outro modo de comercializar a colheita de castanha é a Feira da Castanha e Produtos da Terra, organizada anualmente pela freguesia de Avelanoso e que este ano vai decorrer nos dias 1 e 2 de novembro.

“Em Avelanoso, esta feira anual é uma maravilha, pois permite aos agricultores locais comercializar os seus produtos como a castanha, a noz, a avelã, o mel, o marmelo e outros produtos, a melhores preços.”, disse.

Outro agricultor de Avelanoso, João Gonçalves, indicou que nos seus soutos a grande quantidade de castanha ainda não caiu dos ouriços, pelo que a apanha está atrasada. Este ano, o agricultor prevê apanhar entre três a quatro mil quilos de castanha.

“Nos meus soutos, a maioria da castanha é a “Cota”, pois é a variedade que tem maior calibre e é a mais procurada no mercado. Tenho também outras variedades como a “Boaventura” e a “Longal”, que sendo de menor calibre é considerada mais saborosa, quer assada, quer cozida. Também já tive a castanha “Judia”, mas é uma variedade que precisa de muitos cuidados, de muito adubo e muita limpeza dos ramos”, explicou.

Sobre o reduzido preço pago pelo quilo de castanhas aos agricultores, João Gonçalves, indicou a necessidade de existir uma cooperativa, de modo a recolher as toneladas de castanhas da região, para assim obter um preço mais justo para todos os agricultores.

“O baixo preço do quilograma de castanhas pago aos agricultores deve-se ao nosso individualismo. Cada agricultor trabalha apenas para si e assim não temos escala e não podemos exigir um preço mais justo aos compradores”, disse.

João Gonçalves referiu-se também às recorrentes doenças que afetam os soutos, como a “tinta dos castanheiros” e ao elevado preço dos tratamentos, pelo que solicitou apoio do município de Vimioso aos agricultores.

“No ano passado tive que arrancar cerca de uma dezena de castanheiros. E este ano vou ter que arrancar outras dez árvores. Na replantação tenho que escolher castanheiros híbridos, pois resistem mais à doença da tinta. Também estou a administrar o tratamento do IPB, mas cada frasco custa 50€ e só dá para meia dúzia de castanheiros. A exemplo do que já se faz em Vinhais e Bragança, seria bem-vindo o apoio do município de Vimioso aos agricultores de castanha” – disse.

Este ano, um dos destaques na IX Feira da Castanha e Produtos da Terra, em Avelanoso é a palestra “Um olhar sobre os castanheiros”. A sessão visa esclarecer os agricultores locais sobre temas como as doenças antigas e emergentes do castanheiro; lavrar ou não os soutos de castanheiros; e a reação do solo e resposta do castanheiro à aplicação de fertilizantes.

HA

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