Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Apesar dos enormes avanços no conhecimento e prática da medicina o cancro continua a ser causa de grande sofrimento e, infelizmente, morte. De todos, o mais letal é o do pâncreas que, ceifando vidas, diariamente, levou, esta semana, alguém muito próximo. Esta semana também, entrou, finalmente, em funcionamento pleno o Centro Botton-Champalimaud dedicado ao Cancro do Pâncreas. Finalmente porque, estando totalmente pronto e equipado, há já largos meses, só agora foi possível ultrapassar as várias e recorrentes barreiras burocráticas que foram surgindo ao longo do processo e de que a própria Presidente da Fundação, justamente se queixou, publicamente, por ocasião da apresentação do Prémio Champalimaud da Visão.
Ainda neste mês de outubro, entre 16 e 18, irá realizar-se, na antiga Doca de Pedrouços, um simpósio dedicado à apresentação e divulgação de trabalhos de investigação científica relacionados com a “ecologia” do cancro; terminando, de 23 a 26, com a Conferência Internacional do Cancro do Pâncreas que contará com a presença dos mais conhecidos e reputados médicos e investigadores a nível mundial, entre as centenas de par- ticipantes. Com a entrada em velocidade de cruzeiro do Centro Wurth de Investigação e Esperança em Cancro do Pâncreas, começa a operar uma infraestrutura inovadora e única, a nível mundial, reunindo num único lugar o que de melhor se sabe, investiga e trata nesta temática.
De assinalar que esta iniciativa, baseando-se na infraestrutura já existente em Algés, contou com a participação e financiamento internacional dos casais Maurício e Charlotte Botton, para a infraestrutura e de Carmen e Reinhold Wurth para a Investigação. Uma novíssima e revolucionária unidade de tratamento de células, integrada no mesmo complexo que permitirá o uso seguro de novíssimas técnicas recorrendo a células do próprio doente, fortalecidas, em alternativas às tradicionais e invasivas quimio e radioterapia de tratamento e combate aos tumores cancerígenos, está prestes a entrar em funcionamento logo que sejam, mais uma vez, cumpridos todos os requisitos legais e ultrapassadas todas as muitas e demoradas exigências burocráticas.
Muito a propósito, o Centro de Ciência Viva de Bragança (CCVB) vai dedicar o próximo ano à promoção e divulgação da investigação e tratamento do cancro, na sociedade civil, com especial incidência nas escolas do distrito com especial incidência nos concelhos da CIMTT. Está já em preparação uma parceria entre o CCVB e a Fundação Champalimaud para a integração e colaboração de alguns dos melhores investigadores nas várias iniciativas já em curso.
Estou certo que serão encontrados, junto das autarquias e outras instituições locais e regionais os necessários apoios para este interessante e meritório projeto.
José Mário Leite, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.
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