Durante o fim-de-semana, foi inaugurada uma exposição com esculturas, pinturas e desenhos e ainda representado o ciclo do pão e do linho. A ideia partiu de Fernanda Pereira, artista plástica, com raízes na aldeia. “O medo que elas têm que a aldeia morra. Isto foi uma coisa que me frisaram muitas vezes. 'Temos medo que isto desapareça, porque os nossos filhos já não vivem cá, já não vêm para cá, muitos deles, e nós estamos sozinhos e velhos. Quando morrermos, esta aldeia vai acabar'. Isso foi o ponto de partida para esta ideia”.
Um trabalho que foi desenvolvido ao longo de meses pela artista plástica. Tudo começou com ateliers de arte convidando as pessoas da aldeia a participar. Os idosos foram fazendo as suas obras de artes que também foram expostas. Foi o caso de Lucinda Afonso de 81 anos. “Ótimo! Foi um projecto que a dona Fernanda nos propôs para nós fazermos. Tem sido maravilhoso! Revivemos o antigamente. Aqui há pouca gente e cada um está em sua casa. Há pouco convívio mas estes dias têm sido formidáveis. Temo-nos juntado para fazer os ensaios e fazer isto. Tem sido uma maravilha!”.
O projecto foi coordenado por pessoas entre os 65 e os 95 anos. Fernanda Lopes fazia parte do grupo. “Eu que não moro cá, só estou cá agora de passagem, o inverno passa cá, o resto estou na Maia, para mim foi uma coisa que me encheu o coração, ver estes velhinhos todos a quererem fazer mais do que os mais novos. Mostrar os seus trabalhos, como se faziam, é uma coisa espectacular”.
Já Nuno Pereira foi um dos artistas que participou na exposição. Vive em Lisboa, mas os avós eram de Paçó de Rio Frio. Ficou surpreendido com o envolvimento da comunidade. “É muito agradável, gosto muito, porque isto faz animar as pessoas e há um sentimento de congregação em que todos participam”.
Paçó de Rio Frio recebeu, este fim-de-semana, uma exposição de obras de arte de 14 artistas, franceses, belgas, suíços e transmontanos. Em troca, os moradores da aldeia mostraram as suas tradições, como o ciclo do pão e o ciclo do linho.
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