Carlismar Guedes, uma aluna da área da engenharia zootécnica oriunda do Brasil, apresentou este trabalho que tem por base o aproveitamento da lã de ovelhas de raça Churra Mirandesa, uma espécie de ovinos autóctones da região, para ser utilizada com isolante natural em abrigos para refugiados ou pessoas deslocadas, em situação de catástrofe ou de guerra.
“Estamos a desenvolver soluções para o aproveitamento da lã de ovelha para trazer inovação à falta de aproveitamento deste produto, que não tem interesse comercial, mas é de grande potencial. A lã de ovelha fica como resíduo, sendo descartada. Neste sentido, propomos soluções alternativas para a sua utilização como material isolante para abrigos para pessoas deslocadas, por ser de fácil transporte”, explicou esta aluna da Escola Superior Agrária de Bragança.
Segundo a estudante, a lã de ovelha é orgânica e também pode ser utilizada com isolante acústico, mas a vertente humanitária é que mais salta à vista.
“Uma vez que os deslocados e refugiados são colocados em tendas de lona, a lã de ovelha pode ser utilizada como isolante térmico e pode mesmo ser lançada de avião em regiões mais remotas ou de difícil acesso, e dar mais conforto às pessoas. O que acaba por ser um desperdício ganha uma responsabilidade humanitária”, vincou Carlismar Guedes.
Quem ficou atenta foi a secretária técnica da Associação de Ovinos de Raça Churra Mirandesa, Andrea Cortinhas, que louvou o interesse em dar um destino a um produto que está a ser ignorado por não haver escoamento e que, muitas vezes, tem de ser enterrado, o que torna os terrenos agrícolas inúteis.
“Este é um projeto inovador e que pode ter futuro. Neste projeto, a lã é utilizada de forma natural, sem tratamento ou lavagem o que é o mais dispendioso”, indicou a responsável.
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