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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Resolução do défice é prioridade na Santa Casa

 Duarte Fernandes faz o balanço do primeiro ano como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança em discurso direto.


Mensageiro de Bragança
- Que balanço faz do primeiro ano de mandato?

Duarte Fernandes: Antes de mais, muito obrigado pela oportunidade que me dá de ser ouvido. Respondendo à sua pergunta, posso dizer que foi um primeiro ano atribulado. A situação económico-financeira da Santa Casa da Misericórdia de Bragança não era a mais confortável, como eu bem sabia, até pelas responsabilidades que tinha na Mesa Administrativa anterior (era o tesoureiro). E aproveito para desfazer alguns mitos. Desde logo, ao contrário do que muita gente pensa, não temos qualquer relação com os Jogos Santa Casa, cuja gestão pertence por inteiro à Santa Casa de Lisboa. Portanto, nenhuma outra Santa Casa do país recebe qualquer percentagem da exploração dos jogos nem qualquer receita.

O modelo de financiamento das IPSS em Portugal depende de acordos de cooperação com o Estado, a quem compete, em primeira instância, providenciar o apoio social à população. Mas entendeu-se que o Estado necessitaria de muitos mais meios para isso, pelo que contratualiza com as IPSS esse serviço, que custa, em média, 1400 euros por utente, sendo que o Estado comparticipa, em média, menos de 40 por cento desse custo (cerca de 540 euros). O restante tem de ser suportado pelo próprio utente e pela família.

Ora, num território desfavorecido como o nosso, em que as reformas são baixas porque muitas são de pessoas ligadas à agricultura, as dificuldades em pagar as mensalidades são maiores do que noutras zonas do país.

E as atualizações salariais impostas pelo Governo nem sempre são compensadas pelos aumentos dos acordos de cooperação, que são pagos em 12 tranches enquanto que os salários são pagos a 14 meses.

A somar a esse cenário, tivemos uma pandemia que exigiu muito das IPSS em termos de recursos, sobretudo humanos. Foi um contexto de emergência, que obrigou a medidas de urgência, em que as instituições tiveram de dar uma resposta imediata. A somar a esse contexto de crise, tivemos o início de uma guerra na Europa (Ucrânia), que levou a uma escalada de preços, não só de alimentos mas, sobretudo, da energia.

A título de exemplo digo-lhe que, nesse ano, os gastos com gás subiram 300 mil euros.

Obviamente que, tudo isso conjugado, levou a uma pressão adicional e muito grande sobre as contas das instituições, não só das da Santa Casa. No nosso caso, sendo a maior IPSS do distrito, claro que se faz sentir ainda mais.

As Mesas Administrativas anteriores, das quais fiz parte, sob a liderança do Dr. Eleutério Alves, tudo fizeram para engrandecer esta instituição, que na última década triplicou de tamanho e se tornou uma referência em todo o norte do país.

Aproveito para desmistificar mais um aspeto. O trabalho dos órgãos sociais é voluntário, ninguém recebe o que quer que seja para servirmos a instituição, que merece todo o nosso apreço. Pelo contrário, muitas vezes traz custos pessoais.

Entrevista completa disponível para assinantes ou na edição impressa.

Glória Lopes

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