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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Caso Hernâni Dias: a "ferida" na lei dos solos e a "importância do escrutínio da pegada legislativa"

 A demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território subiu a debate no Fórum TSF. O investigador Luís Sousa refere que "não basta regular o lobby, é preciso também ter a noção de quem contribui com o quê para peças legislativas desta natureza que têm um alto valor económico"


Um dia depois da demissão de Hernâni Dias, que ocupava o cargo de secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, o primeiro-ministro ainda não fez qualquer declaração sobre o assunto. Esta é a primeira baixa do Governo de Luís Montenegro. No Fórum TSF, Luís Sousa, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e que também faz parte da associação cívica Transparência e Integridade, referiu que, com este caso, a lei dos solos fica "ferida" do ponto de vista ético e deixou algumas questões.

"Quem está por trás do diploma? Quem vai beneficiar com este diploma? Não vamos ser naives e dizer: 'Isto é para o bem da comunidade e para baixar os preços da habitação'", considerou, sublinhando que "é importante o instrumento da pegada legislativa".

"Não basta regular o lobby, é preciso também ter a noção de quem contribui com o quê para, sobretudo, peças legislativas desta natureza que têm um alto valor económico. Há aqui oportunidade de enriquecimento, de negócio e é extremamente importante fazer esse escrutínio da pegada legislativa", assinalou.

Já para Rita Figueiras, investigadora na área da comunicação política, o primeiro-ministro pode ter conseguido que esta situação não fizesse mossa no Governo.

"A rapidez de atuação é um fator essencial para tentar estancar e para que esta ideia ainda se vá mais sedimentando nas pessoas, porque o caso acabou por ser tão rápido que muitas pessoas eventualmente ouviram falar em qualquer coisa, mas, em princípio, poderá não ter durado o tempo suficiente para que, de facto, se comece a fazer uma associação e uma amálgama entre todos estes vários casos que já têm acontecido e, de algum modo, fragilizado o Governo", afirmou.

"Esta rapidez faz uma diferença para um desgaste que tende a ser mais evidente e a consolidar-se na cabeça das pessoas quando ele se vai prolongando ao longo do tempo", acrescentou Rita Figueiras.

O primeiro-ministro aceitou na terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando "o desprendimento subjacente à decisão pessoal" do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que "o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão hoje apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias".

"Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo", acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 2 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está "de consciência absolutamente tranquila" e que agiu "com total transparência".

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) "que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria", assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que "o valor das rendas foi pago por transferência".

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