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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues, João Cameira e Rui Rendeiro Sousa.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Pauliteiros de Miranda inspiraram o espetáculo “Do Terreiro ao Mundo”

 O espetáculo “Do Terreiro ao Mundo”, com coreografia de Clara Andermatt, estreou-se a 13 de setembro, em Vila Real e é inspirado nas danças dos Pauliteiros de Miranda, colocando em diálogo a dança contemporânea com esta tradição da Terra de Miranda.


Clara Andermatt revelou que o projeto parte da premissa de trabalhar sobre o universo dos Pauliteiros, mas que expandiu o espetáculo para o “território riquíssimo” que é Trás-os-Montes.

A coreógrafa referiu que fez a sua própria viagem a este universo, onde encontrou “algumas características fortes e identitárias”.

“A dança contemporânea pode também fazer este diálogo com as tradições e a partir delas criar algo novo que seja simultaneamente universal, mas ao mesmo tempo característico de um território”, afirmou o diretor do Teatro de Vila Real, Rui Araújo.

O projeto “Do Terreiro ao Mundo” nasceu de um desafio lançado pelo Teatro de Vila Real à companhia Instável, que convidou a coreógrafa Clara Andermatt, tratando-se de uma coprodução com o Centro Cultural de Lagos.

“É uma forma, talvez, de nós próprios começarmos a olhar para as nossas tradições como uma possibilidade de reinvenção e de dar o nosso contributo à arte universal a partir de elementos que fazem parte do nosso código genético, enquanto transmontanos”, referiu Rui Araújo.

Com raízes na chamada “dança das espadas”, os Pauliteiros executam a tradicional “dança dos paus”, caracterizada por movimentos guerreiros, rituais e religiosos, acompanhada por gaita-de-foles, caixa e bombo.

As danças rituais dos Pauliteiros nas festas tradicionais de Miranda do Douro estão integradas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, desde abril de 2025.

Para preparar este espetáculo, Clara Andermatt contou que foi para Miranda do Douro, pesquisar, ver os pauliteiros, conversar com alguns grupos, o que lhe permitiu perceber características particulares e identitárias destas danças.

“Só pode ser uma interpretação e uma visão particular. Quem conhece o universo dos Pauliteiros, quem conhece as danças (…) vai bem entender a raiz e os desvios”, referiu a coreógrafa, que adiantou que a peça “está cheia de referências” como os paus, as cores e a dança numa interpretação sua desta tradição.

O espetáculo é interpretado por quatro bailarinos e dois músicos que, em palco, constroem um diálogo entre corpo, gesto e som, e tem música original de Luís Pedro Madeira e Clara Andermatt.

Luis Pedro Madeira é multi-instrumentista, professor de educação musical e compositor. Os figurinos são de Gabriela Gomes, artista plástica e investigadora.

“É bonito ver que as coisas estão muito vivas e que há muita gente a fazer esse trabalho, que dão valor à tradição e que vão também desenvolvendo e criando coisas novas e isto é mais uma visão”, salientou Clara Andermatt, considerando que este foi um desafio “muito interessante” e que, ao mesmo tempo, sentiu “as coisas muito vivas” e “também algum desconsolo” pelo despovoamento que atinge este território.

Criadora de mais de meia centena de peças apresentadas em Portugal e no estrangeiro, Andermatt gosta de cruzar culturas, linguagens e de trabalhar com diferentes corpos e percursos.

A estreia de “Do Terreiro ao Mundo”, a 13 de setembro marcou também o arranque do festival de dança contemporânea Algures a Nordeste, que decorre até ao final de setembro, em Vila Real e inclui cinco espetáculos, um deles de dança inclusiva direcionado às escolas.

“É uma forma de mostrar que todos podem ter um contributo para as artes, desde que tenham talento e que trabalhem”, disse Rui Araújo, referindo-se ao espetáculo “Somatati”, da CiM – Companhia de Dança, que junta intérpretes com e sem deficiência.

O festival inclui ainda uma homenagem a Camilo Castelo Branco com o projeto “Camilo – Vida e Obra”, do Ballet do Douro, o espetáculo “Maurice Accompagné”, da Companhia Paulo Ribeiro, e “In Absentia, com Helder Seabra.

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