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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 31 de julho de 2010

Por que é que as gravuras são tão importantes?

A imprensa divulgou abundantemente a importância patrimonial e científica das gravuras de Foz Côa. Contudo foi pouco explicada a razão de ser dessa importância.
O seu valor patrimonial é fácil de explicar. Até à década de 80, a arte do Paleolítico Superior só estava representada no território nacional pelas pinturas da gruta do Escoural (Montemor-o-Novo). Deverá esperar-se por 1981, para que seja identificada a primeira estação de arte rupestre paleolítica ao ar livre, em Mazouco (Freixo de Espada-à-Cinta), a cerca de 25 km do vale do Côa. Trata-se de uma gravura representando um cavalo com cerca de 62 cm de comprimento. O complexo do vale do Côa é, portanto, a terceira estação de arte rupestre paleolítica conhecida em Portugal. Não estamos perante uma rocha com uma gravura isolada, mas sim centenas, talvez milhares, de gravuras distribuídas ao longo de um vale.
280 grutas e só 5 estações ao ar livre
A importância do achado transcende o território nacional, porque se é verdade que conhecemos hoje cerca de 280 grutas com pinturas paleolíticas na Europa Ocidental, também é verdade que só foram identificadas até hoje quatro outras estações de arte rupestre paleolítica ao ar livre no mundo inteiro: Mazouco, que já citámos, Fornols-Haut (Campôme, França), Domingo Garcia (Segóvia, Espanha) e Siega Verde (Ciudad Rodrigo, Espanha), nas margens do Rio Águeda, a poucas dezenas de quilómetros do Vale do Côa. O que existe no Côa não é, portanto, somente raro, é, de facto, quase único.
Explicar o valor científico das gravuras obriga-nos a fazer um rápido apanhado de mais de um século de investigação da arte paleolítica. Quando nasce a Pré-história como disciplina científica no século passado, a imagem que se tem do homem pré-histórico é a de um selvagem, vivendo próximo do estado "animal". Desde meados do século passado, foram encontradas em camadas arqueológicas datadas do Paleolítico objectos com interesse artístico: estatuetas femininas e representando animais, gravuras sobre plaquinhas, de pedra ou osso, objectos de carácter utilitário decorados... De "semianimais", passou-se a considerar os homens do Paleolítico como seres capazes de produzir algo de estético. É em 1879 que Marcelino de Sautuola descobre as pinturas da Gruta de Altamira, em Espanha, atribuindo-as ao período paleolítico. A ideia encontra então uma grande resistência, à qual a grande beleza estética das pinturas não é estranha. Continuavam vivos os preconceitos da "bestialidade" do homem pré-histórico.


(http://www1.ci.uc.pt/fozcoa/gravuras.html#porque)

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