Já lá vão dez anos desde que o escudo passou a fazer parte do álbum de recordações e o euro deixou de ser apenas o campeonato da Europa de futebol.Há dez anos, houve preços que viraram do avesso. O café e alguns produtos de pastelaria foram os que mais sofreram. Magno Gonçalves, proprietário de um café em Bragança, já tem dificuldades em recordar como era antes da mudança.“Estão mais caros do que estavam antes. Na altura eram 60 escudos e agora são 55 cêntimos, é o dobro” refere.
O mesmo acontece com o pão de quilo que “custa 1,10 euros e antes eram 100 escudos” enquanto a cerveja “custava 110 escudos e agora anda nos 90 cêntimos”.Já alguns adolescentes, que há dez anos estariam a entrar para a escola primária, agora já estão mais do que habituados a pensar em euros. Mas têm a impressão de que a vida ficou mais cara.“Sim, noto diferença nas bebidas e no tabaco” refere Rui Peixoto, já João Gonçalves diz que “antes com cinco euros quase fazia as compras todas para casa. Com o escudo as coisas eram mais baratas”. “Antes as coisas eram mais baratas, ficavam quase a metade do que é agora” afirma Jéssica Afonso.Por isso, há quem defenda que o escudo nunca devia ter acabado.“O nível de vida está cada vez mais caro e as pessoas ganham o mesmo.
Eu preferia o escudo porque essa é que é a nossa moeda” considera Magno Gonçalves.De acordo com a associação de defesa do consumidor, produtos como o café, tabaco ou pastelaria foram os que subiram um aumento mais acentuado de preços. Nalguns casos, do dia para a noite, passaram a custar o dobro.
Escrito por Brigantia
in:brigantia.pt
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