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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Tradição põe crianças a fumar com o 'Rei'

Foto: Fernando Pires
Tradição secular na aldeia de Vale de Salgueiro manda que sejam as próprias famílias a incentivar os mais novos a experimentarem o tabaco.
No dia de Reis, que se assinala esta sexta-feira, a aldeia de Vale de Salgueiro (Mirandela) vive uma tradição original que divide opiniões. As crianças são incentivadas pelos próprios familiares a fumar cigarros, acompanhando o gaiteiro que percorre a aldeia com o Rei da festa.
Ninguém sabe ao certo como e quando começou esta estranha tradição, nem tão pouco o que possa significar. "Tenho 68 anos e já no meu tempo de criança existia esta tradição de fumar", conta Manuel Dias, natural de Vale de Salgueiro. "Sei que se trata de uma festa secular porque os mais idosos já não se lembram de quando terá começado, mas sabe-se que os mais jovens fumavam para simbolizar a emancipação", explica Tiago Cadavez, o responsável pela festa dos rapazes deste ano.
Azeitonas por cigarros
Anualmente é escolhido alguém da localidade para protagonizar a figura do Rei, que tem a seu cargo a organização da festa e que ostenta uma coroa revestida a veludo e adornada com objectos em ouro, emprestados pelos habitantes, como símbolo de riqueza e poder.
A festa dura dois dias. Na noite de ontem, o Rei percorreu todas as habitações da aldeia, sempre com o grupo de gaiteiros, distribuindo cerca de 200 quilos de tremoços e 100 litros de vinho, em cabaças tradicionais, enquanto no centro da aldeia se preparava o o baile, onde se dança a "Murinheira", (típica dos Celtas) ao som das gaitas de foles e dos bombos.
Esta sexta-feira, a alvorada acontece às 6.30 horas. O Rei volta a percorrer toda a aldeia para receber a "manda" (donativos) para custear os cerca de 1500 euros de despesa. Ao final da manhã, a festa termina com a celebração da missa, durante a qual é colocada a coroa em outro habitante, que terá de organizar a festa de 2013.
Ninguém sabe ao certo quando começou a tradição. No entanto, há relatos escritos que contam que tudo terá começado no tempo dos reis. Alguém tirou a coroa, deixou-a no altar da igreja e acabou por morrer de imediato. O povo achou que a coroa devia ser colocada sempre num habitante, para afastar os maus espíritos.


Fernando Pires
in:jn.pt

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