O conjunto de seis sessões, designadas “O Cuidado Informal ao Idoso Dependente” estão a ser desenvolvidas no âmbito de uma tese de mestrado em “Envelhecimento Activo”
As pessoas que tomam conta de outras, em suas casa, normalmente familiares que prestam cuidados de saúde e higiene básicos a pessoas idosas e debilitadas, nas freguesias de Rebordãos e Nogueira, abrangidas pelo Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Assunção, em Rebordãos contam, desde a semana passada, com um conjunto de iniciativas destinadas a dar-lhes instrumentos que lhes permitam lidar com a sua situação de cuidadores com maior eficiência e eficácia.
Pretende-se que este conjunto de informações técnicas melhore a qualidade de vida dos cuidadores e dos pessoas de que tomam conta. O conjunto de seis sessões, designadas “O Cuidado Informal ao Idoso Dependente” estão a ser desenvolvidas no âmbito de uma tese de mestrado em “Envelhecimento Activo”, em realização por Jacinta Lemos, directora técnica do Centro Social, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
Segundo Jacinta Lemos, após um estudo que abrangeu 56 cuidadores das referidas freguesias, foi verificado que as principais dificuldades apresentadas centravam-se na falta de formação ou preparação para lidar com a doença, a falta de apoio familiar ou técnico, as reacções do doente ao ser cuidado, as restrições sociais e problemas relacionais, entre outros, que cuidar de alguém implica. Face ao diagnóstico foi traçado um plano de acção, com vista a minimizar os problemas apresentados.
Assim, durante seis sessões, uma equipa multidisciplinar está a dar formação a esses cuidadores, em áreas como os primeiros socorros, mobilização de pessoas acamadas, prestação de cuidados básicos de saúde, controlo das emoções quer do cuidador, quer do idoso dependente, técnicas de reabilitação, acesso a serviços de teleassistência, entre outras. No final será apresentado um novo questionário para avaliar o sucesso da iniciativa. Segundo Augusta Mata, professora do curso de mestrado, ela própria a realizar uma tese de doutoramento na área, as pessoas que tomam conta de idosos dependentes apresentam altos níveis de stress, também designado como “sobrecarga”.
Um inquérito que realizou, a nível distrital, permitiu-lhe constatar essa situação. “A nível social há diversas repercussões a que muitos dão o nome de sobrecarga”, referiu, acrescentando que, com estas sessões, “além de termos um cuidador mais competente”, e um idoso com melhores cuidados, também se pretende que o cuidador passe a ter mais em conta a sua própria saúde, tantas vezes descurada. Este projecto, em desenvolvimento no Centro Social e Paroquial de Rebordãos, projecto surge de uma parceria entre IPB, através da Escola Superior de Saúde, o Centro de Saúde de Bragança e o Centro Paroquial.
Mestrado com muita procura Carlos Magalhães, Coordenador do Mestrado em Envelhecimento Activo explicou ao Mensageiro de Bragança que este é um curso com bastante procura. Tendo iniciado em 2010, conta com alunos licenciados quer em área de saúde, como enfermagem ou fiseoterapia e psicologia, quer em áreas da educação social e gerontologia.
Este é um curso que um curso que visa dotar o formando de competências promotoras do envelhecimento activo, visando a melhoria da qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem, recorrendo a processos de optimização das oportunidades de saúde, participação e segurança. Actualmente o conceito “envelhecimento activo” veio “substituir” o conceito de “envelhecimento saudável”, porque, segundo o professor, este é um conceito mais abrangente e, além da saúde, engloba também aspectos socioeconómicos, componente psicológica, ambiental, bem como, todos os outros determinantes que interferem nesse envelhecimento activo
Por: Ana Preto
in:mdb.pt
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