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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Inauguração da Exposição: “90 anos da Seara Nova”, a 8 de Dezembro no Museu do Abade de Baçal


A presente mostra tem por objectivo assinalar o percurso de 90 anos da revista Seara Nova, destacando-a como revista de intervenção cívica, cultural, social e política, onde pontuaram e pontuam inúmeras personalidades que têm em comum a vontade de contribuir para um País mais justo, mais igual, mais democrático, mais livre e soberano.
Ao longo dos seus 90 anos de publicação a Seara Nova tem procurado reflectir nas suas páginas a realidade nacional e internacional de cada momento, assumindo-se, desde sempre, como alternativa ao pensamento dominante.
Cinco anos após a sua fundação, em 1921, por um grupo de intelectuais que importa nomear – Aquilino Ribeiro, Augusto Casimiro, Faria de Vasconcelos, Ferreira de Macedo, Francisco António Correia, Jaime Cortesão, José de Azeredo Perdigão, Câmara Reys, Raul Brandão e Raul Proença – ocorreu o golpe de Estado que deu origem à ditadura fascista vivida durante 48 anos pelo povo português. Nas páginas da Seara Nova reflectiu-se o ânimo dos opositores da ditadura para o combate necessário às atrocidades e ignomínia do regime. Nos anos 70 do século passado, a revista constituía mesmo um importante espaço de reflexão dos democratas e um baluarte teórico da luta pelas liberdades e pela mudança do regime.
Esta exposição, simples e despretensiosa, presta também homenagem aos que a fundaram e aos que, ao longo de quase um século, têm animado as páginas da Seara Nova com as suas análises, opiniões e comentários, sem esquecer os que assumiram o cargo de director: Raul Proença, António Sérgio, Câmara Reys, Augusto Casimiro, Rogério Fernandes, Augusto Abelaira, Rodrigues Lapa, José Garibaldi e Ulpiano Nascimento.
Nela encontram-se alguns (por certo não tantos quanto seria desejável) excertos desses artigos que permitem aferir a seriedade intelectual e moral dos seus autores, evidenciando muitos uma actualidade surpreendente.
São contribuições que radicam no designado espírito seareiro, ou seja, um leque de colaboradores de diferentes tendências políticas e ideológicas que mantêm vivos os ideais da luta pela cultura, pelo progresso, pela justiça social. 
Dirigida desde 1979 por Ulpiano Nascimento, a quem se deve, com muita abnegação e mesmo sacrifício pessoal, a manutenção do título, a Seara Nova é hoje propriedade da Associação Intervenção Democrática – ID. Permanece assim independente do poder económico, de partidos políticos e de confissões religiosas. Porém continua, tal como há 90 anos, o combate pela democracia política, económica, social e cultural, pelas liberdadades individuais e colectivas, enfim, pela conquistas alcançadas com a Revolução de 25 de Abril de 1974.
A Seara Nova é e pretende ser um projecto colectivo, no qual participam homens e mulheres comprometidos com os valores enunciados. É e pretende ser uma revista de reflexão e crítica em torno dos grandes temas nacionais e internacionais, divulgadora de opiniões e análises independentes e rigorosas que por isso mesmo, bastas vezes, são mantidas à margem pelos grandes órgãos de comunicação social.
A exposição permite ainda afirmar que é impossível conhecer o pensamento português do século XX e da alvorada do século XXI sem uma leitura atenta da Seara Nova. 

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