A mulher, natural de Castelo Branco, veio viver para Bragança com 17 anos e dedicou-se à prostituição na casa conhecida como “A Rabala”. Terá sido a patroa, Maria Helena Alves, a sugerir que desse a bebé para a adopção. “A dona da casa disse-me que tinha uma irmã na França, que se chama Lourença, que arranjava lá um casal para tomar conta da garota”, conta.
Quando vieram buscar a menina “o homem nunca falou, apenas a mulher é que falou com a Rabala mas eu não sei o que diziam porque falavam em francês. Eu concordei entregá-la porque eu não tinha maneira de a sustentar”, refere. “Elas disseram-me que todos os anos me mandavam uma foto e depois eu perguntava-lhe por isso mas dizia-me que o casal tinha mudado de sítio e que não sabia de nada”.
Hoje, com 43 anos, Ilda Tabarra quer encontrar a filha. A única recordação que tem dela é uma fotografia tirada junto à Praça Cavaleiro de Ferreira, em que a criança está ao colo da suposta mãe adoptiva.
A história começa a revelar contornos estranhos porque afinal tudo não terá passado de uma farsa. “Só tenho uma foto desta mulher e não sabia nada dela. Por isso resolvi ir a Paredes procurar a Lourença, e acabei por descobrir que esta mulher estava lá”, afirma. “No início ela negou que era ela na fotografia, mas agora diz que é ela mas não sabe como é que a garota foi parar aos braços dela”, acrescenta.
Ilda Tabarra já pediu apoio às autoridades portuguesas, mas segundo ela o próprio Ministério Público diz que não pode ajudar porque o caso já prescreveu. Tentou, por isso, contactar a irmã de Maria Helena Alves, mas a família tem-lhe fechado as portas. “As filhas dizem que não sabem onde está a mãe.
Em Paredes ela tem irmãos que têm a chave de casa dela e dizem que também não sabem dela. Estão a esconde-la e não percebo porquê”, lamenta.
De pés e mãos atadas, resta-lhe tornar o caso público na esperança que alguém possa ter alguma informação que a ajude a chegar até à filha, já que Ilda Tabarra nem sequer registou a criança. “O meu mal foi não a ter registado, mas na altura eu era uma garota e não pensava nas coisas e por causa disso agora não sei quem procurar porque não sei o nome dela”, refere. “Mas eu só queria encontrar a Lourença porque ela deve saber onde está a minha filha”, acrescenta.
Contactada pela Brigantia, Maria Helena Alves não quis prestar declarações gravadas sobre o caso, confirmando apenas a entrega da criança a um casal francês e salientando que não tido contacto com a irmã.
Escrito por Brigantia
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