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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Livro - Um «Alerta!! Pelos Burros»


Paulo Caetano tem percorrido o país em busca do nosso património material e imaterial. Uma viagem que colocou este ex-jornalista em contacto com um animal de companhia e trabalho que caiu em desuso, o burro. Hoje começam, contudo, a surgir iniciativas que contribuem para a defesa deste animal. No livro «Alerta!! Pelos Burros», Paulo fala dessas iniciativas e de outras histórias.
A zebra, animal da mesma família dos equídeos, nativos de África, deve o seu nome a um burro selvagem que habitou, até a Idade Média, o território que é hoje Portugal. Esta é uma das curiosidades que o ex-jornalista Paulo Caetano partilha no livro «Alerta!! Pelos burros».
«Existia um burro selvagem designado por o Equus hydruntinus. Chamavam-lhe zebro porque tinham zebrinas no pêlo. Mesmo depois da sua extinção, a sua memória permaneceu através dos nomes de lugares como Vale do Zebro, Zimbreira, Zebreira», explica Paulo.
O autor apurou que «os equídeos africanos actualmente conhecidos como zebras devem o nome a missionários portugueses que, durante uma expedição ao Cabo da Boa Esperança, no extremo meridional de África, avistaram grandes manadas de cavalgaduras riscadas. A semelhança com o zebro era tal que decidiram chamar-lhes zebras».
Paulo conta também que descobriu a existência de veterinários/investigadores que se dedicam e fazem teses de doutoramento à volta da conservação do burro. «Tenho um capítulo que fala de um dentista de burros e de um médico que cuida do sistema reprodutor dos burros. Foi muito interessante acompanhá-los nas aldeias. No largo principal montam o seu “estaminé” e as pessoas, muitas delas nunca foram ao dentista e não têm dentes, trazem o seu burro ao dentista».
O trabalho como jornalista conduziu muitas vezes Paulo às aldeias do interior do país onde diz haver uma relação de «equilíbrio entre o mundo rural e natural». Ficou fascinado por este mundo e começou a escrever sobre ele. «A minha preocupação durante vários anos era fixar e divulgar o património natural que temos e que está em risco de desaparecer», conta Paulo, actualmente director de comunicação do grupo CUF.
Dessa vontade de «fixar» para a posteridade o património português nasceu o livro «Alerta!! Pelos Burros», editado pela Bizâncio. O título revela desde logo a premência de salvaguardar o animal. Paulo relata o uso do burro em tempos pretéritos e os motivos que conduziram o animal quase à extinção. 
A obra traz também uma perspectiva optimista porque o autor revela as iniciativas existentes no país e que têm por base este animal de olhar meigo e porte afável.
«Por exemplo, gosto muito da zona de Idanha-a-Nova e há 15 anos havia imensos burros na aldeia de Monsanto. Hoje só existe um burro e que vai desaparecer quando os velhotes que cuidam dele já não o poderem fazer. Estamos a perder um património genético e cultural que faz parte da nossa história e identidade», comenta Paulo Caetano.
«Mas há bons exemplos de preservação um pouco por todo o país como a asinoterapia [uma prática equestre que utiliza o burro como instrumento terapêutico] no Algarve e em Mafra, passeios de burro na zona de Sintra, também em Mafra e Litoral Alentejano. Utilização do leite de burra para fins cosméticos. E, claro, como animal de companhia, sobretudo em Trás-os-Montes», sublinha.
Na estante de livros escritos, Paulo Caetano junta outros sobre «cães de guarda, um pretexto para falar sobre raças de cães e a transumância; abutres de Portugal e Espanha e cavalos selvagens ibéricos». Qualquer uma das obras resulta das vivências de Paulo nas aldeias, das conversas com as gentes da terra, mas também com cientistas e investigadores.

Sara Pelicano; fotos - Paulo Caetano
incafeportugal.net

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