A reivindicação segue para o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, sustentada por uma resolução aprovada por unanimidade em reunião de câmara, na segunda-feira.
O executivo liderado pelo social-democrata Hernâni Dias contesta que cerca de 85 por cento do investimento definido como prioritário, no montante global de mais de 4,3 mil milhões de euros, seja canalizado para o litoral.
As prioridades de investimento para o período 2014/2020, deixam, segundo o documento, "o interior, uma vez mais, abandonado e entregue a si próprio" e persistem nas "políticas centralistas que ao longo dos anos têm feito de Portugal um dos países mais desiguais da Europa, não só em termos do rendimento das famílias, mas também no que concerne às regiões".
O município lembra que a continuação do IP2 de Bragança para norte, até Puebla de Sanábria, em Espanha, é uma reivindicação com mais de uma década e meia de ambos os lados da fronteira.
Lembra ainda que, ao longo destes anos, já houve "importantes compromissos e declarações públicas favoráveis" à concretização desta rodovia, salientando as do presidente da República, Cavaco Silva, e de membros de anteriores governos de Portugal e de Espanha.
A resolução da autarquia enumera as diligências que já forma feitas para a concretização do projeto e recorda que ainda há menos de um mês, o secretário de Estado Sérgio Monteiro afirmou que as ligações transfronteiriças são prioridade para aumentar a competitividade.
Com a alta velocidade ferroviária espanhola a passar na zona em questão, o município de Bragança defende que esta região fronteiriça pode passar a integrar a rede transeuropeia de transportes multimodais, sendo necessário para o efeito apostar também na ligação aérea.
Nesse sentido, reclama como "fundamental que o aeródromo municipal de Bragança evolua para aeroporto regional" e que seja incluído nos projetos prioritários de investimento, de forma a ser dotado das condições necessárias para que a partir dali seja "criada uma unidade logística vocaciona para a distribuição e, assim, atrair investimento industrial para a região, gerador de riqueza e emprego".
O município de Bragança defende ainda que o próximo quadro comunitário de apoio "deverá ser uma oportunidade para o Estado português definir um novo paradigma de desenvolvimento do interior do país".
Este novo paradigma -- continua - "tem de considerar o território transfronteiriço como espaço de oportunidade e assentar numa visão de desenvolvimento sustentado, capaz de garantir maior coesão social, económica e territorial e de proporcionar ao país ganhos de competitividade e de modernidade".
Porto Canal
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