A Torre do Relógio, que alguns acreditam que terá sido um castelo, e a zona envolvente, foram alvo de uma intervenção no valor de cerca de 650 mil euros, financiada em 85 por cento por fundos comunitários.
A recuperação foi acompanhada de estudos históricos e arqueológicos para aprofundar o conhecimento sobre o edifício, a zona em que está implementado e a própria vila.
No entanto, os investigadores não encontraram algo de relevante que permita ter a certeza da época em que o edifício foi construído e qual a sua utilidade.
A presidente do Município de Alfândega da Fé, Berta Nunes, acredita que a hipótese mais consistente é a de que a torre teve a função de castelo. “As fronteiras de Portugal sofreram muitas modificações nesta zona. Terras que hoje estão em Portugal pertenceram a Castela e Leão e quando foram consolidadas as fronteiras, Alfândega acabou por ficar numa zona mais recuada e provavelmente, o castelo deixou de ter o significado de defender a população. Eu acho que este castelo deve ter sido abandonado e as pessoas aproveitaram as pedras para fazerem as suas casas”, considera a autarca. Uma hipótese que é, no entanto descartada por um dos investigadores envolvido no projecto, Paulo Sousa Costa, que acredita que a torre terá sido construída para albergar o relógio, o que a torna única a nível nacional. “Esta torre nem é torre de castelo, nem torre de igreja porque lhe falta mais qualquer coisa para ser este tipo de torre, então é uma torre do relógio. Ela foi construída para albergar um relógio e é isso que a torna ‘sui generis’ ”, conclui o investigador.
A investigação de Paulo Sousa culminou na publicação do livro “A Torre do Relógio e o Castelo de Alfândega da Fé”.
O autor explica que, apesar da investigação ter sido feita no sentido de provar que esta torre foi outrora castelo, não foi possível prová-lo, até porque existem documentos que podem indiciar que a torre só existiu depois de 1758. Teorias à parte, a torre foi recuperada e está agora aberta ao público com a exposição “Quando o Relógio voltou a dar horas”, que mostra fotografias da torre antes e depois da intervenção.
A inauguração das obras de requalificação da torre inseriram-se nas Jornadas Europeias do Património, uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, que envolve cerca de 40 países, com o objectivo de sensibilizar a população para a importância da protecção do Património.
Escrito por Brigantia
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