HISTÓRIA
Um documento de 1258 refere-se a "Sancti Petri de Zorozynos", levando-nos a crer que a sua origem como agregado populacional remonta a era mais remota. Nos séculos XVII e XVIII, depois de ter sofrido diversas alterações semânticas era corrente a denominação de São Pedro de Serracinos, hoje S. Pedro dos Sarracenos.
Outrora, segundo os agiotas, pressupõe-se que teria existido outro povoado denominado Chão de Arcas, sítio a cerca de 500 metros a Nascente da aldeia, pelo aparecimento de cacos de telha e vestígios de construções antigas.
Tiveram bens nesta freguesia, os cónegos da Sé de Miranda, a Ordem do Hospital e os Templários; estes cónegos e o Mosteiro de Castro de Avelãs possuiram também diversas propriedades na Povoação de Cabanelas, hoje extinta, e que enquanto aldeia, tinha uma igreja com Santa Eulália por orago, propriedade de D. Francisco Pereira. Perdura ainda, hoje, a Quinta de Cabanelas, embora desabitada.
LENDA
Reza a lenda que S. Cristóvão teria vivido na companhia da mãe de S. Pedro. Como nessa altura os invernos eram rigorosos e a única maneira de resistir ao frio era ter boas fogueiras, de manhã cedo, pôs o enxadão às costas e dirigiu-se à Penência, local onde até há pouco tempo a gente da aldeia ia buscar tojos, estevas e carrascos para cozinhar e aquecimento doméstico.
Aí, S. Cristóvão fez um feixe enorme, proporcional à sua estatura física e à sua força. Por comodismo e vaidade, preferiu, fazendo uso da sua valentia, lançar o enxadão em direcção a sua casa. Tendo calculado mal a distância, o enxadão foi cair sobre o telhado do quarto onde sua mãe ainda dormia, tendo-a atingido mortalmente.
Perante tal crime, S. Cistóvão foi julgado e condenado pelos Tribunais de então ao degredo no rio Jordão, sendo obrigado a passar as pessoas às costas, de uma para a outra margem do rio. Certo dia apareceu-lhe um menino pedindo-lhe que o passasse às costas para o outro lado. S. Cristóvão disse-lhe, com algum desprezo, que, por ser tão pequeno, o levava no dedo mínimo, mas o peso foi de tal ordem que o dedo se desarticulou; (conta a tradição que o dedo mindinho da imagem de S. Cristóvão que acompanha as procissões está partido por essa razão). Teve, então, S. Cristóvão de optar por o transportar ao ombro.
Já no meio do rio, apoiado ao bordão que o acompanhava e perante o cansaço que o acometia, queixou-se, dizendo que parecia que levava o peso do mundo às costas, tentando, ao mesmo tempo, virar o olhar para o menino, senão quando, este, colocando-lhe a mão na frente dos olhos, lhe afirmou: quem mata não pode ver Deus. Comprendeu S. Cristóvão que transportava o MENINO JESUS.
Se fizerem reparo, o Menino Jesus, quando acompanha S. Cristóvão no seu ombro, tem a mão direita aberta como que na intenção de impedir o olhar do Santo. Esta relação da imagem, justifica a tradição e a lenda.
in:terralusa.net
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