Abrir um buraco no primeiro andar do edifício onde funciona uma ourivesaria, na Rua Pereira Charula, em Macedo de Cavaleiros, terá sido o método usado para levar, esta madrugada, objetos em ouro, de valor ainda não quantificado.
O andar cimeiro está desabitado há mais de 3 anos, desde que a proprietária foi para um lar e dividiu os bens pelos herdeiros. Agora no prédio, no rés-do-chão, só funciona mesmo a ourivesaria, depois de há algum tempo ter fechado a loja do lado, que vendia roupa interior. Em cima, fica a habitação, sem ninguém neste momento, e o(s) assaltante(s) terá(ão) usado essa vantagem – uma casa vazia, que terá sido invadida ao longo de uma semana, a partir de uma varanda situada nas traseiras, e onde terá sido aberto, no chão, o referido buraco. O movimento por ali é escasso, e ninguém deu por nada, como nos conta o genro do lesado, Rui Vieira.
Rui Vieira (R.V) – Entraram por cima, por um escritório. Abriram um buraco no teto da ourivesaria.
Onda Livre (O.L) – Portanto, isso demorou alguns dias.
R.V – Sim, pelo que analisámos, pelo menos durante uma semana devem ter andado por aí, a preparar-se. Porque isto não era trabalho de uma noite. Teve que ser com tempo. Entraram por esse buraco que fizeram. Usaram umas escadas para aceder, e tiveram que sair pelo mesmo sítio, porque as grades frontais estavam fechadas e só abrem com um comando próprio.
O.L – E ninguém viu nada?
R.V – Não. Já falámos com os vizinhos, para saber se ouviram sons estranhos à noite, mas ninguém se apercebeu de nada.
O.L – Nem ninguém tinha detetado movimentos estranhos?
R.V – Não. Tanto eu, como a minha esposa e o meu sogro não reparámos em nada. Só as mesmas pessoas que vemos no dia a dia. O prédio tem acesso por trás, mas a ourivesaria não. O único acesso é a porta da frente, que dá para a rua. Por trás só tem uma varanda, e tem da parte da frente a porta do lado da rua, de entrada para a casa. Subiram pela varanda, lá atrás, porque com uma escada de 2 metros dá bem para fazer isso. Da parte de trás do prédio não mora ninguém, é uma horta.
Apesar de toda a preparação, só levaram o ouro mais à vista. Certo é que este prejuízo será só mesmo prejuízo, dado que não há nenhum seguro associado.
“Não remexeram muito. Foram às prateleiras, que estão mais à vista, mas foi só quase esse ouro. Não mexeram em gavetas nem nada, só no ouro exposto. Levaram fios, pulseiras, anéis, tudo em ouro. Ainda não sabemos quanto é o prejuízo, mas não tínhamos seguro. É difícil arranjar para uma ourivesaria. Temos andado por várias seguradoras, só que não temos conseguido.”
O dono, que continuou este negócio de família com mais de 50 anos, descobriu que tinha sido assaltado antes das 9h da manhã, e só não soube mais cedo porque o alarme não tocou, acrescenta ainda o genro.
“De manhã, por volta das 8.40h, o meu sogro ligou-me, a dizer que tinha sido assaltado, e eu vim logo para cá. O mais estranho é que o alarme não tocou. Ficámos com essa incógnita, o porquê de não ter tocado, visto que ficou ligado ontem à noite, como sempre fica. Não podemos dizer se foram, ou não, os assaltantes a desativá-lo, se terão cortado fios ou feito códigos aleatórios.”
A atual proprietária do edifício não quis prestar declarações gravadas, mas avançou que também não teve conhecimento de movimentos estranhos na última semana, e que já tinha, antes deste assalto, intenções de remodelar o espaço, agora desocupado.
No local esteve a GNR local e o Núcleo de Investigação Criminal de Bragança. Foi aberto um inquérito, e agora seguem as investigações sobre o caso.
Escrito por ONDA LIVRE
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