Doutor em medicina pela Universidade de Coimbra e lente da mesma. Nasceu em Vila Flor a 14 de Maio de 1893; filho de António Augusto Correia e de D. Ernestina de Morais Correia. Fez os estudos liceais em Coimbra. Doutorou-se em 1919, sendo que já desde 1913, logo que fez exame de anatomia, foi chamado pelo professor doutor Basílio Freire para segundo assistente provisório dessa cadeira, passando em 1919 a segundo assistente definitivo e a primeiro em 1922.
Eis o que a seu respeito diz o Diário do Governo:
«Foi dispensado das provas públicas o doutor Maximino José de Morais Correia, único candidato ao concurso de primeiro assistente de anatomia e histologia, da Faculdade de Coimbra, segundo a lei de então, constante no artigo 38.° do decreto de 12 de Julho de 1918. Esta nomeação foi de harmonia com a proposta da Faculdade de Medicina em atenção a ser o único concorrente; ser o estudante mais distinto e classificado dos seus contemporâneos na faculdade com prémios de 18, 19 e 20 valores; ser um dos mais laureados estudantes do liceu com 18 e 19 valores, prémio Lima Duque no 6.° ano; ter “executado muitos originais de investigação scientifica, sendo, entre todos, notável o que aproveitou para a sua tese de doutoramento. Neste trabalho, que conta trinta e três preparações anatómicas sôbre as origens e terminação do canal torácico no homem, que conseguiu injectar ao mesmo tempo que os vasos aferentes e eferentes, realisou êle, à custa de paciência, sagacidade e habilidade maximas, o que nunca se conseguira em várias tentativas de sucessivos anos, demonstrando pontos de vista novos, que modificam notávelmente as ideias clássicas sôbre o assunto”. Este trabalho mereceu ser publicado em uma grande revista estrangeira da especialidade; ter executado muitos trabalhos de dissecação bastante originaes; ter o tirocínio de oito anos de assistência na cadeira de anatomia em que se tornou notável; ser um prelector primoroso, muito lúcido e sugestivo, em várias conferências que tem realizado».
Escreveu:
Abcesso biloculado do hemisfério cerebral esquerdo. Saiu nos «Arquivos do Instituto de Anatomia Patológica da Universidade de Coimbra», vol. II, 1914.
O canal torácico do homem. «É um trabalho original que revela as melhores qualidades de consciencioso investigador científico». Foi apresentado como tese de doutoramento, 230 págs. Sob o título Le canal thoracique chez l’homme foi publicado um resumo da tese anterior nas Folia Anatomica Universitatis Conimbrigensis, vol. I, n° 1.
Sobre a medicina dos Lusíadas. É um opúsculo de perto de 50 páginas que reproduz a conferência pelo autor realizada na Associação dos Médicos do Centro de Portugal em 25 de Junho de 1920. Coimbra (sem data de impressão). 8.° de 46 págs.
Doutor Joaquim Martins Teixeira de Carvalho (In memoriam). Saiu no Arquivo de Anatomia e Antropologia, do Instituto de Anatomia de Lisboa, vol. VII, págs. 122-130.
Esboço da história da anatomia em Coimbra. Separata do Jornal das Ciências Médicas, de Lisboa, tomo LXXXVIII, 1924.
Sobre localizações cerebrais. Saiu no Instituto de Coimbra.
Uma invaginação intestinal. Saiu nos «Arquivos do Instituto de Anatomia Patologia e do de Patologia Geral», de Coimbra, vol. XIII, 1925.
Sobre os nervos da órbita e o gânglio ciliar. Sobre o sinal de Virchow-Troisier.
Dois pequenos trabalhos que saíram no «Arquivo de Anatomia e Antropologia», de Lisboa, vol. IX, 1925.
Un cas de agénésie partielle du grand pectoral et totale du petit pectoral.
Sur un cas de hypertrophie des mamelles chez l’homme. Duas notas publicadas nas Folia Anatomica Universitatis Conimbrigensis, vol. I.
Estudos da inversão visceral total.
Topografia dos núcleos opto-estriados e dos ventrículos cerebrais.
Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança
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