As montarias ao javali no Nordeste transmontano estão a acontecer em número excessivo, o que pode vir a afetar a continuidade da espécie.
Fernando Castanheira Pinto, Presidente da Federação de Associações de Caçadores da 1ª Região Cinegética, considera que é necessário começar a planear as montarias de outra forma.
“Caso contrário podemos cair no problema de a escassez vir a acontecer. A pressão começa a ser muito grande. Temos caçadores de coelho que, não satisfeitos com a época da caça menor, dedicam-se mais às montarias.
Proliferaram imenso as montarias este ano, em todo o Trás-os-Montes, principalmente no Nordeste. Há o caso de haver 5,6,7 montarias no mesmo dia. É muita coisa, e é de começar a planear de outra forma o planeamento, para não estragarmos o futuro.”
É, por isso, importante perceber quantos javalis existem, quantos são abatidos, e estabelecer um rácio sustentável.
“O javali antes era visto como um predador. Agora, tem que ser visto como uma espécie cinegética igual a qualquer outra. Está sujeito a doenças, a problemas sanitários, e não sabemos se, de uma hora para a outra, possam vir a existir problemas com o javali.
Por isso temos que começar a monitorizar e a ter algum cuidado com a gestão da espécie.
Não nos podemos dar por satisfeitos quando cobramos 30 ou 40 javalis. Temos que saber se esse número é indicado para o que se fez, e para aquilo que fica.”
Fernando Castanheira Pinto falava este fim de semana à margem de mais uma montaria ao javali, em Ala, no concelho de Macedo de Cavaleiros. O dirigente, que já anunciou que vai deixar o cargo em março, defende uma gestão integrada das áreas de caça, a ser feita pela Federação e pelas associações de caçadores que a integram.
Escrito por ONDA LIVRE
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