Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."
Quando meu cunhado veio, em passeio, a Portugal, fomos à Figueira da Foz.
Habituado a andar, à vontade, pelo sertão brasileiro, envergava calção (bermudas) e t-shirt colorida.
O dia era quente e calmoso. Corria tépida e levíssima brisa, que mais parecia carícia, de que vento.
Almoçamos ao ar livre, numa esplanada. Apenas a avenida nos separava do extenso areal. Tão extenso era, que, por mais que alongássemos a vista, mal vislumbrávamos o mar.
Terminada a refeição, lembrou-se de ir ao Casino. Embora não seja meu lugar preferido, acompanhei-o, por cortesia.
Já no adito, fomos barrados. Não era permitido entrar na sala de jogos, em bermudas.
Não tivemos outro remédio, se não retirarmo-nos.
Nem os rogos de meu cunhado, afirmando que sempre entrara nos Casinos do Paraguai, nesses trajes, convenceram o empregado.
Segundo ele, (o porteiro,) era necessário manter o nível…
Tudo isso vem a propósito do que vi, durante a missa, que participei na igreja de São José de Ribamar, no bairro balnear, da Povoa do Varzim.
Na assembleia, havia senhoras de calções. Poucas, muito poucas, – mas havia…
Dir-me-ão: “ Mas que mal há nisso?!”
Nenhum. Cada qual usa o que gosta e está na moda.
Além disso, a igreja, fica a dois passos das famosas praias da Avenida dos Banhos, onde é livre e apropriado envergar bikini.
Mas uma coisa é a praia e passadouros; outra: o templo – Casa de Deus.
Pouco Lhe importa, ao Omnipotente, como cada um está vestido ou despido, mas é – a meu ver, – falta de consideração e respeito.
Como não é decente, sentar-se à mesa de tronco nu ou de chapéu, na cabeça; nem ir para a Faculdade, descalço, também, quando se entra na Casa do Senhor, mormente para participar numa cerimónia, deve-se usar trajes domingueiros…
Sou apologista que cada qual se cubra como quer ou pode, mas de acordo com o lugar e local, onde está.
Ninguém vai a entrevista de emprego em fato de banho; nem de sapatos e terno (fato completo) para a praia.
Este ponto de vista, pode ser taxado de puritanismo, mas, parece-me, que quem vai visitar individualidade de respeito, deve-se trajar de acordo com a solenidade da festa ou de quem se visita.
Ou estarei equivocado?
Não é questão de etiqueta ou de moda, mas de respeito.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
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