Foto: Afonso de Sousa |
"Preocupa-nos o excesso de zelo que o Estado está a ter na fiscalização destas instituições e não um acompanhamento mais cuidado, que deveria ser feito." Dom José Cordeiro ressalva que as fiscalizações têm sido "duras e frias".
A CNIS, Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social também já tinha alertado para esta questão. O bispo de Bragança pede mais respeito para quem pratica o bem. "Apelamos a um maior respeito. Está em causa o bem comum, está em causa a coesão social, até a coesão territorial, no nosso caso, estão em causa muitos fatores que é importante olhar com todo o cuidado".
E acrescenta que o Estado deveria estar mais atento e ao lado das instituições e ter outro tipo de acompanhamento nas comparticipações porque há muitas a passar necessidades.
"Há algumas a passar necessidades. O Estado como parceiro destas instituições tem de estar ao nível das necessidades reais das pessoas e a comparticipação também deveria ser melhor acompanhada. Temos casos prementes, sobretudo de pessoas mais idosas, em aldeias, que se não fosse a presença destas instituições não sei como seria a vida destas pessoas".
O bispo de Bragança-Miranda salienta também que a segurança social das diversas localidades deveria ter poder de decisão, que não tem, porque são elas que conhecem os verdadeiros problemas das pessoas e instituições.
"Aquilo que tenho auscultado e entendido é que há um centralismo grande da Segurança Social e quem está aqui no terreno é que conhece as reais necessidades".
O bispo refere ainda que mais de 70 % da ação social do distrito é feita pela igreja com 14 Misericórdias, mais de 50 centros sociais, fundações católicas e a Cáritas. Até ao fim do ano, o prelado vai visitar todas as instituições para se inteirar, pessoalmente dos problemas de cada uma.
Dom José Cordeiro falava à margem de um pequeno-almoço anual com a comunicação social do distrito de Bragança.
Afonso de Sousa
TSF
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