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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Adegas abertas e vinho para todos. Nesta aldeia oferece-se vinho e a população triplica

Este ano a rota das pipas contou com a generosidade de 16 produtores de vinho que abriram as adegas para quem veio conhecer a aldeia do douro, florida e forrada de amendoeiras em flor. E foram muitos.

O conceito é único. Os produtores de vinho da aldeia oferecem o seu vinho novo aos visitantes que vão percorrendo as adegas com um percurso definido pela organização. Este ano cumpriu-se a 8.ª edição com a maior enchente de sempre.

A ARCA, Associação Recreativa e Cultural da Açoreira é quem prepara o evento ao pormenor. O dia começa com uma matança do porco que depois será consumido num almoço convívio. "A ementa é sempre a mesma", diz Gabriel Teixeira o presidente da ARCA. "Migas de sarrabulho, batatas de soventre e feijoada", Com muito vinho à mistura que é preciso preparar o estômago para o que há de vir.

A rota começa depois de almoço e à frente da comitiva de "provadores" vai uma carrinha cheia de comida porque "é preciso dar de comer a quem tem fome" salienta a dona Maria que tem a companhia da senhora Ilda. As duas têm a companhia de 4 presuntos, bolas de carne, 30 queijos, 5 baldes de chouriças e salpicões, fruta da época, nozes, figos e 50 pães.

"Está aberta a pipa!" é o "grito de guerra" dado a cada entrada das adegas pelo "mestre-de-cerimónias", Gabriel Teixeira. Depois é um aviar de vinho, tinto, branco e generoso, não fosse este um local privilegiado para a produção do "augusto néctar".

Este ano a rota das pipas contou com a generosidade de 16 produtores de vinho que abriram as adegas para quem veio conhecer a aldeia do douro, florida e forrada de amendoeiras em flor. E foram muitos. João Costa veio do Porto a convite de um amigo da Açoreira, "até agora está incrível", diz com o copo na mão e um sorriso de orelha a orelha " já não é o primeiro e vou aguentar até ao fim", afirma.

Júlia Canijo tem 77 anos e uma forte ligação à terra. Veio de Gaia. "Isto aqui é um fenómeno, não há igual por aqui". Também com um copo de vinho branco na mão espera ir "devagarinho porque senão chega ao fim com uma garrafa bebida".

O percurso é feito ao som de gaiteiros que vão animando a multidão de adega em adega. Há gente de todo o lado. A organização não faz promoção do evento senão " era o fim do mundo". Antes de acabar o mundo, a dona Luz Rodrigues de 83 Anos não quis faltar à festa. "Estou em Alverca e as minhas filhas fizeram-me a vontade para vir à rota. Estou com muita alegria e contente por estas pessoas todas estarem aqui", diz, sentada numa cadeira na adega da família.

Houve gente que veio da Holanda, Londres, Dinamarca, Itália e de Espanha. "Venho de Madrid. O meu namorado é de cá e estou a gostar de tudo. Vim com a minha prima. É interessante a forma como provam o vinho e esta relação com a natureza". Na terra do "Pinpineros", como também são chamados os habitantes da Açoreira, "porque aqui sempre houve muitos pepinos e ficámos com o nome desde sempre", refere a professora de Bragança, Austelina Rego, " as pessoas gostam de receber bem e fazem questão disso".

O percurso faz-se até de madrugada. Depois há prémios para o homem e mulher que mais "animaram" o percurso" e para o melhor vinho. Na associação termina-se a rota das pipas com um revigorante caldo verde e já com uma vontade forte de voltar a ouvir "está aberta a pipa" que há de voltar a soar para o ano.






Afonso de Sousa
TSF

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