quinta-feira, 11 de julho de 2019

Desativação do troço da Linha do Tua de Carvalhais a Mirandela gera descontentamento

Um dos fundadores do Movimento Cívico da Linha do Tua e o presidente da concelhia de Mirandela do PSD dizem ser incompreensível o encerramento definitivo do troço ferroviário, de quatro quilómetros, entre Mirandela e Carvalhais.
Criticam a decisão do executivo liderado por Júlia Rodrigues que justifica a desativação daquele troço para poder passar a integrar a futura ecopista até Bragança.

A medida já tinha sido anunciada em dezembro de 2018, mas só agora começam a aparecer as primeiras críticas.

Na altura, a presidente da câmara de Mirandela aproveitou o anúncio das obras na linha do Tua (que ainda não avançaram) para revelar que o executivo que preside tinha decidido suspender provisoriamente a circulação do metro entre Mirandela e Cachão, até à conclusão das obras, mas também avançou com a decisão de encerrar definitivamente a ligação ferroviária entre Mirandela e Carvalhais, alegando que iria propor a inclusão deste troço de 4 quilómetros no projeto intermunicipal de construção de uma ecopista até Bragança:

“A Câmara Municipal de Mirandela está empenhada em que a ecopista, que vai de Cavalhais a Macedo e depois até Bragança, possa vir até Mirandela.

 Com esta intervenção, os turistas vão poder sair de Mirandela ao invés de o fazerem a partir de Carvalhais, fazendo com que mais visitantes façam este circuito.

O transporte quotidiano vai ser assegurado via rodoviária. O facto de essa ecopista vir até Mirandela vai possibilitar também a sustentabilidade desse próprio trajeto.”

Ora, um dos fundadores do Movimento Cívico da Linha do Tua diz agora que esta decisão é incompreensível. Daniel Conde vai mais longe e diz que Mirandela está a matar a sua galinha dos ovos de ouro:

“Está-se a fazer o encerramento de um troço que é um marco único na história de Portugal. É o troço que, por quilómetro, tem mais passageiros em toda a linha do Tua, e é também onde ficam as únicas oficinas de reparação de material circulante.

Vai-se gastar dinheiro a fazer novas oficinas em Mirandela e estão-se a perder dezenas de milhares de passageiros ao ano. Está-se a matar a galinha dos ovos de ouro.”

Também o líder da concelhia do PSD de Mirandela voltou a criticar esta opção, na última Assembleia Municipal:

“São levantadas outras questões, nomeadamente sobre este património que foi cabimentado a fundos comunitários. Estamos a falar das estações emblemáticas da linha do metro de Mirandela, que neste momento estão jogadas ao abandono, assim como a sua linha que é espaço de entulho e lixo, o que nada abona a favor deste património que está junto à cidade de Mirandela, não dignificando aquilo que foi construído há 24 anos atrás por José Gama, que agora neste mandato tem o seu encerramento.”

Paulo Pinto diz mesmo que “se não voltar a circular o Metro de Mirandela na via-férrea, Júlia Rodrigues confere um duro golpe no legado autárquico de José Gama”, que foi o mentor da sua implementação, há 24 anos.

INFORMAÇÃO CIR (Terra Quente FM)

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