Paulo Pires, presidente da Associação de Produtores de Cereja de Lamas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, aldeia onde se concentra a maior produção transmontana, conta que já há quem tenha de recorrer a mão de obra estrangeira:
“É cada vez mais um problema pois quem anda na apanha já tem alguma idade e poucos são os mais jovens a trabalhar na agricultura, ou são casos pontuais.
Aqui na aldeia já há várias pessoas que têm de recorrer a mão de obra estrangeira para conseguir fazer a apanha da cereja.”
Até porque ao contrário do que acontece em outras culturas agrícolas, nesta a colheita não é possível sem a mão humana:
“Penso que continuará a ser durante muitos anos um processo manual dada a sua sensibilidade, é um fruto delicado que tem de ser colhido com alguma sensibilidade, e não existe para já equipamento que possa substituir a mão de obra.”
A aldeia de Lamas voltou a promover a cereja com a feira e festa que lhe é dedicada e que há dois anos não acontecia devido à pandemia.
Apesar de este ano o tempo ter prejudicado a produção de cerejas, que em algumas variedades teve uma quebra de mais de 60%, fruto não faltou assim como outros produtos:
“Temos cereja, azeite e ginjinha caseira.
Se a cereja for certificada vai ser mais conhecida e vai atrair mais pessoas à feira.”
“Tenho mel, casulas secas, azeite e de tudo que a horta dá.”
“Todos os produtos que tenho são artesanais que faço em casa, em Podence, como licores e produtos alusivos aos caretos.
A pandemia foi muito má para a economia.”
A cereja esteve em destaque na aldeia de Lamas durante os dois dias do fim de semana.
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