Quando cheguei ao reino maravilhoso não me dei, de imediato, conta dos contrastes.
Não os senti e só depois compreendi que marcam a nossa vida e cimentam a nossa personalidade.
Outras gentes, outra cultura, outros saberes e outros sabores também, outro clima…outros afectos…mais pedras e menos alcatrão, mais natureza e menos betão, mais humanidade e menos pressão e tudo em tão poucos quilómetros de distância dentro de um País tão pequeno que “pensou”, um dia, que era GRANDE e que assim seria ad aeternun.
Em Bragança surgiu a Liberdade. Em Bragança todas as crianças eram felizes. Espaço, confiança e acima de tudo Paz e Solidariedade. E amigos, amigos, muitos amigos. Tanta coisa para descobrir em liberdade. Tanta ribanceira, tantas grutas, tantos cantos e recantos, os rios, os arvoredos, os calhaus, os cheiros, as árvores de fruto em todo o lado, os pássaros…a aventura em cada passo. Os “galos” na cabeça consequência quase certa de uma saraivada de pedradas que curavam sem ser necessário mercúrio e muito menos sem recorrer às urgências (que não havia). Se a coisa, desse mesmo para o “torto” o Dr. Conceição ou o Dr. Jota davam um jeito. Mais ponto menos ponto…mais dente menos dente. Será que alguém tomava medicamentos para controlar a tensão arterial? Provavelmente nem se sabia que o ser humano tinha tensão arterial e provavelmente isso não era problema.
Em Bragança podia-se fazer escalada…e até as muralhas do castelo, que afastavam em tempos idos, perigosos inimigos, eram pequenas para a nossa vontade de descobrir e viver. O mundo era pequeno, muito pequeno para tanta ambição. Não precisávamos de televisão para sonhar…o sonho era realidade todos os dias e éramos nós os realizadores sem recorrer a subsídios.
Confunde-me um pouco saber que agora se tem a pretensão de saber tudo e não temos capacidade de ser felizes. Há pouco tempo atrás, nada se sabia e sabíamos RIR a bandeiras despregadas.
Lisboa tinha luz, barulho movimento e confusão e ruas iluminadas no Natal. Lisboa tinha música e carros…mas não tinha musgo nas avenidas, para fazer o presépio…
Tinha outro cheiro o presépio feito com musgo onde pastavam os rebanhos, sabiamente guardados pelo pastor e pelo cão e a areia fina a marcar o caminho por onde passavam, na nossa imaginação, os três Reis Magos, a mulher do cântaro com água a tiracolo…e a ponte de barro, a encimar o rio, feito da prata dos maços de cigarros. Os, agora malfadados, cigarros que estão ao lado do Bin Laden como os maiores culpados das misérias humanas. Nunca gostei dos cintos, que chegaram a estar na moda, feitos com os maços de cigarros depois de vazios. Ficavam bem mais finas umas calças seguradas com um baraço e com uma pirulita das águas de Carvalhelhos (as da bruxa), a servir de fivela. Mas, gostos não se discutem. Ou discutem?
O melhor musgo era o das ribanceiras das margens do Fervença mas não era para todos conseguir subir as escarpas com meia dúzia de metros em altura.
Éramos crianças. Era uma grande aventura ir ao musgo. Combinávamos a ida com dias de antecedência...
Não os senti e só depois compreendi que marcam a nossa vida e cimentam a nossa personalidade.
Outras gentes, outra cultura, outros saberes e outros sabores também, outro clima…outros afectos…mais pedras e menos alcatrão, mais natureza e menos betão, mais humanidade e menos pressão e tudo em tão poucos quilómetros de distância dentro de um País tão pequeno que “pensou”, um dia, que era GRANDE e que assim seria ad aeternun.
Em Bragança surgiu a Liberdade. Em Bragança todas as crianças eram felizes. Espaço, confiança e acima de tudo Paz e Solidariedade. E amigos, amigos, muitos amigos. Tanta coisa para descobrir em liberdade. Tanta ribanceira, tantas grutas, tantos cantos e recantos, os rios, os arvoredos, os calhaus, os cheiros, as árvores de fruto em todo o lado, os pássaros…a aventura em cada passo. Os “galos” na cabeça consequência quase certa de uma saraivada de pedradas que curavam sem ser necessário mercúrio e muito menos sem recorrer às urgências (que não havia). Se a coisa, desse mesmo para o “torto” o Dr. Conceição ou o Dr. Jota davam um jeito. Mais ponto menos ponto…mais dente menos dente. Será que alguém tomava medicamentos para controlar a tensão arterial? Provavelmente nem se sabia que o ser humano tinha tensão arterial e provavelmente isso não era problema.
Em Bragança podia-se fazer escalada…e até as muralhas do castelo, que afastavam em tempos idos, perigosos inimigos, eram pequenas para a nossa vontade de descobrir e viver. O mundo era pequeno, muito pequeno para tanta ambição. Não precisávamos de televisão para sonhar…o sonho era realidade todos os dias e éramos nós os realizadores sem recorrer a subsídios.
Confunde-me um pouco saber que agora se tem a pretensão de saber tudo e não temos capacidade de ser felizes. Há pouco tempo atrás, nada se sabia e sabíamos RIR a bandeiras despregadas.
Lisboa tinha luz, barulho movimento e confusão e ruas iluminadas no Natal. Lisboa tinha música e carros…mas não tinha musgo nas avenidas, para fazer o presépio…
Tinha outro cheiro o presépio feito com musgo onde pastavam os rebanhos, sabiamente guardados pelo pastor e pelo cão e a areia fina a marcar o caminho por onde passavam, na nossa imaginação, os três Reis Magos, a mulher do cântaro com água a tiracolo…e a ponte de barro, a encimar o rio, feito da prata dos maços de cigarros. Os, agora malfadados, cigarros que estão ao lado do Bin Laden como os maiores culpados das misérias humanas. Nunca gostei dos cintos, que chegaram a estar na moda, feitos com os maços de cigarros depois de vazios. Ficavam bem mais finas umas calças seguradas com um baraço e com uma pirulita das águas de Carvalhelhos (as da bruxa), a servir de fivela. Mas, gostos não se discutem. Ou discutem?
O melhor musgo era o das ribanceiras das margens do Fervença mas não era para todos conseguir subir as escarpas com meia dúzia de metros em altura.
Éramos crianças. Era uma grande aventura ir ao musgo. Combinávamos a ida com dias de antecedência...
HM
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