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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

REFLEÇÕES SOBRE A SOCIEDADE

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

No tempo dos meus antepassados, a Família era constituída, pelos: avós, pais e filhos. Ainda no primórdio da segunda metade do século XX, assim acontecia, principalmente no interior.
Mas o Mundo Ocidental evoluiu; ou será que involuiu? Foi infetado pela Nova Moral; e o núcleo familiar excluiu, mormente nas grandes cidades, os avós, apartando-os para lares ou simplesmente abandonando-os nos hospitais ou na rua.
O facto da mulher ter entrado, em força, no mundo do trabalho, nas últimas décadas, contribui, em parte, quantas vezes por falta de tempo, para essa triste realidade; assim se vão desaparecendo: raízes, memórias, tradições e costumes, que são determinantes para agregar a Família, e ajudar a unificar o País.
A ausência de conviveu entre os membros da Família, pelo facto de passarem a maior parte do dia fora do lar, contribui, ainda mais, para a desagregação da Família. A falta de legislação que facilite a união dos conjugues, pode ser uma das explicações para a dissolução de muitos agregados familiares.
Verifica-se, também, que ano após ano, a comunidade tem-se tornado mais egoísta e mais agressiva. Analisa-se isso nos estados desportivos e em manifestações de rua.
A crispação existe, igualmente, no seio da Família. Na última campanha eleitoral, no Brasil, houve agregados familiares, que tomaram posições radicalmente opostas: pais e filhos desentenderam-se, a ponto de se separarem; e a coletividade encrespou-se como nunca.
Para se evitar a ausência materna do lar, no último quartel do século XX, político de vários países, entre eles Mário Soares, consideravam que a presença da mãe era insubstituível na educação dos filhos. Chegou-se a ventilar recompensar monetariamente, as que preferissem ficar em casa, cuidando das crianças, infelizmente não passou de boas intenções.
Por sua vez o Estado, nas últimas décadas tem pretendido educar, na escola, mesmo conhecendo, que muitas vezes, está contra a vontade dos progenitores.
Ao reeducar, a escola, inculca ideologias políticas, religiosas, conceitos morais, comportamentos, e condutas de vida, diferentes das ensinadas em família, e cria assim, instabilidade, provocando desentendimentos entre pais e filhos.
Esquecem-se que a globalização, e a recente vaga de imigrantes na Europa, trouxe novas crenças, comportamentos, e tradições diferentes da dos indígenas.
Deve-se – a meu ver, – respeitar as minorias, mas sem esquecer a maioria; ou a que ainda o é. Por isso a escola, apenas deve ensinar e não educar.
Naturalmente cabe aos pais educar, como querem, seus filhos, e ao Estado, na escola, ensiná-los.
Em ditadura, o Estado totalitário, tenta moldar as mentes em formação, de forma que todos pensem de igual modo, ou não se pense nada. Porém, em democracia, é inconcebível.
Pretendo, com essa crónica, esboçar temas que preocupam a sociedade, afim de o leitor refletir sobre o assunto. Lembro que o bem-estar de todas as Famílias, é o bem-estar da nação, visto que um país, não é mais que o conjunto de todas as Famílias.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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