Este ano, a tradicional segada manual do cereal durou pouco mais de meia hora. “Havia muitos ajudantes. No próximo ano temos de semear mais”, brincava Raul Tomé, professor e um dos elementos da organização deste festival, o mais antigo do género no distrito de Bragança, pois já se realiza há 26 anos.
“É uma edição muito participada, com muita juventude. Um dos objetivos da associação é dar a conhecer e preservar as nossas tradições”, frisou Raúl Tomé.
Depois de segado o cereal, apanharam-se os molhos para o carro puxado por uma burra até à eira, onde à tarde se fez a malha.
Este ano, a palha será utilizada numa instalação artística no Museu do Abade de Baçal (a partir desta sexta-feira), onde ficará até novembro, altura em que seguirá para o museu Alberto Carneiro, em Santo Tirso.
Para o próximo ano, a organização pensa regressar ao tradicional malho.
Altino Pires, presidente da União de Freguesias de São Julião e Deilão, sublinha que este festival já conquistou um espaço próprio. “Isto é o festival mais antigo do distrito nestes moldes. Só isso já é uma marca”, sublinha.
Mas pede mais apoios para poder crescer.
“Este festival tem duas componentes. A do ciclo do pão. E a outra parte, musical. Vamos tendo grupos locais mas precisávamos de alavancar, trazer mais grupos, o que tem custos e não há verbas para isso. Precisávamos de mais investimento nessa vertente. Passará pela junta e provavelmente pelo município e pelo poder central”, frisou.
Do lado do Município, o presidente, Hernâni Dias, admite mais envolvimento, sobretudo “na promoção”. “A forma de fazer crescer o festival é envolvermo-nos mais no que tem a ver com a promoção”, sublinhou.
“O número crescente de pessoas significa que há cada vez mais interessados nesta atividade. Se tivermos esta iniciativa como sendo uma experiência agradável para quem cá vem, não só pelo convívio mas, sobretudo, na atividade principal, que é a experiência de alguém que não conhece e pode experimentar cortando o cereal. E isso pode ser vendido como uma experiência, como são as vindimas ou a apanha da castanha. Será mais um produto turístico que poderemos explorar. Se calhar ainda temos mais para fazer a esse nível. Tentar fazer com que este festival seja de âmbito mais abrangente e não tão localizado nesta aldeia”, disse.
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