O CNE - Corpo Nacional de Escutas, nascido em Braga a 27 de Maio de 1923, a 6 de junho de 1924 dava os primeiros passos em Bragança. “O contacto com a natureza como forma de educar as crianças, os adolescentes e jovens é uma característica do escutismo e um dos elementos fundamentais, desde as suas origens”.
Em dezembro de 1925 A Flor de Lis, órgão informativo do CNE, noticiava um passeio ao São Bartolomeu de Bragança pela pena de um dos seus escuteiros:
“A ideia que teve o nosso Diretor de levar a efeito um passeio ao Cabeço de São Bartolomeu foi recebida por todos com verdadeiro entusiasmo. A partida foi marcada para o dia 24 do corrente, devendo eu declarar que a todos nós os dias pareciam mais longos enquanto não chegou a hora da partida. A noite do dia anterior pareceu interminável.
Todos madrugamos desusadamente; e tanto que estando a partida marcada para as 11 horas, ainda não eram as 7h, e já muitos escuteiros brincavam no parque do Grémio – ponto de reunião – esperando com os seus farnéis ou atados, os camaradas que deviam chegar até à hora da partida. Entretanto discutiam-se as merendas e a resistência de cada um.
Eram 11h quando se iniciou a marcha, e lá fomos serpenteando a encosta, num subir crescente, até atingir a pequena e pitoresca capelinha de São Bartolomeu que parece dominar toda a cidade, a que fica sobranceira, destacando-se majestosamente a Torre de Menagem que se ergue altaneira no extremo da cidadela. Panorama lindíssimo! É limitado o espaço de que dispomos para o descrever. O arvoredo e outra vegetação teimando em crescer por entre os rochedos, o Fervença com os seus zig zagues caprichosos e o conjunto da cidade formam um todo verdadeiramente encantador à nossa vista.
Seriam 13h quando o nosso Diretor deu ordem para estabelecer o bivaque a fim de o abrigo das tendas, esvaziar os farnéis, o que todos fizemos com notável ligeireza, posto isto, estômago afinado e, membros descansados, vamos de abalada para Samil, conforme ordem do nosso Diretor, sempre incansável com todos, guiando-nos quer no nosso procedimento, quer nas preces e orações que rezamos em São Bartolomeu e em Samil. Regressamos às 7h, satisfeitíssimos, havendo apenas a registar um ligeiro incómodo de doença que foi vítima o lobito, Mário Pires”.
Ultimamente a União de Freguesias da Sé, Santa Maria e Meixedo tem assegurado a manutenção e limpeza do escadario, mas nem sempre foi assim, diz João Ferreira Rodrigues, “nos anos 1970, por iniciativa do Pe. Belarmino Augusto Afonso, nós escuteiros do Agrupamento XVIII, vínhamos com regularidade limpar o escadario”. Orlando Nascimento lembra a plantação de árvores, que ajudou a fazer com os escuteiros no São Bartolomeu, por volta dos anos 1990.
A realização destas e outras atividades escutistas, num puro exercício da cidadania ativa, decorrem de um programa educativo simples, que tem por base a repetição de boas ações, até levar os jovens a ser úteis e prestativos, como pedia Baden-Powell, fundador do movimento escutista mundial.
Em dezembro de 1925 A Flor de Lis, órgão informativo do CNE, noticiava um passeio ao São Bartolomeu de Bragança pela pena de um dos seus escuteiros:
“A ideia que teve o nosso Diretor de levar a efeito um passeio ao Cabeço de São Bartolomeu foi recebida por todos com verdadeiro entusiasmo. A partida foi marcada para o dia 24 do corrente, devendo eu declarar que a todos nós os dias pareciam mais longos enquanto não chegou a hora da partida. A noite do dia anterior pareceu interminável.
Todos madrugamos desusadamente; e tanto que estando a partida marcada para as 11 horas, ainda não eram as 7h, e já muitos escuteiros brincavam no parque do Grémio – ponto de reunião – esperando com os seus farnéis ou atados, os camaradas que deviam chegar até à hora da partida. Entretanto discutiam-se as merendas e a resistência de cada um.
Eram 11h quando se iniciou a marcha, e lá fomos serpenteando a encosta, num subir crescente, até atingir a pequena e pitoresca capelinha de São Bartolomeu que parece dominar toda a cidade, a que fica sobranceira, destacando-se majestosamente a Torre de Menagem que se ergue altaneira no extremo da cidadela. Panorama lindíssimo! É limitado o espaço de que dispomos para o descrever. O arvoredo e outra vegetação teimando em crescer por entre os rochedos, o Fervença com os seus zig zagues caprichosos e o conjunto da cidade formam um todo verdadeiramente encantador à nossa vista.
Seriam 13h quando o nosso Diretor deu ordem para estabelecer o bivaque a fim de o abrigo das tendas, esvaziar os farnéis, o que todos fizemos com notável ligeireza, posto isto, estômago afinado e, membros descansados, vamos de abalada para Samil, conforme ordem do nosso Diretor, sempre incansável com todos, guiando-nos quer no nosso procedimento, quer nas preces e orações que rezamos em São Bartolomeu e em Samil. Regressamos às 7h, satisfeitíssimos, havendo apenas a registar um ligeiro incómodo de doença que foi vítima o lobito, Mário Pires”.
Ultimamente a União de Freguesias da Sé, Santa Maria e Meixedo tem assegurado a manutenção e limpeza do escadario, mas nem sempre foi assim, diz João Ferreira Rodrigues, “nos anos 1970, por iniciativa do Pe. Belarmino Augusto Afonso, nós escuteiros do Agrupamento XVIII, vínhamos com regularidade limpar o escadario”. Orlando Nascimento lembra a plantação de árvores, que ajudou a fazer com os escuteiros no São Bartolomeu, por volta dos anos 1990.
A realização destas e outras atividades escutistas, num puro exercício da cidadania ativa, decorrem de um programa educativo simples, que tem por base a repetição de boas ações, até levar os jovens a ser úteis e prestativos, como pedia Baden-Powell, fundador do movimento escutista mundial.
1. CORPO NACIONAL DE ESCUTAS, Flor de Lis, dezembro de 1925.
2. PIRES, Entrevista a João Ferreira Rodrigues, Bragança, 07-09-2024.
3. PIRES, Entrevista a Orlando do Nascimento, Bragança, 28-09-2024.
4. BADEN-POWELL, Robert, Rasto do fundador, Lisboa, Ed. CNE, 1986, 32, 116.
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