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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Riscos encarnados

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Nunca se falou tanto de linhas vermelhas como agora.
Por causa do Orçamento todos estão a traçar os seus limites, seja o Governo, seja a oposição maioritária, seja a oposição minoritária marcando fronteiras definidoras do caminho percorrível, daquele que, em circunstância alguma poderá ficar debaixo dos pés de quem, criteriosamente as desenhou… até que as circunstâncias, as oportunidades, as contingências e os mais altos desígnios da nação, do partido, do grupo ou da própria ambição as faça deslizar, avançando ou recuando até aos limites da irrevogabilidade que, igualmente são definidas de acordo com as conveniências do momento ou dos interesses do curto ou médio prazo.
Assim nascem, assim se movem, assim desaparecem, renascem, erguem-se, afirmam-se, desfazem-se e esvanecem-se as tais linhas que, por uma razão qualquer, que desconheço, se convencionou de colorir de vermelho.
Podiam ter outra cor qualquer.
São traços que delimitam áreas, que estabelecem limites, que definem barreiras a partir das quais tudo muda, de tal forma que, por mais pequeno que seja o avanço, a caminhada transfigura-se e o retorno fica impossível. Às vezes parece ser bem pouco, mas é o suficiente para alterar a própria natureza… é o passo singelo e curto, à beira do abismo, depois de longa caminhada contínua de milhares de passadas em tudo parecidas com a última… exceto nas dramáticas consequências.
Por muito que PS e Governo queiram convencer-nos do contrário, pouca diferença haverá, na qualidade (já que na quantidade, efetivamente não há, significativamente) entre os valores perfeitamente razoáveis e os completamente inaceitáveis.
Porém, apesar de Carlos Moedas teime em pretender que não há qualquer diferença entre ser detido por um agente da PSP ou por um membro da Polícia Municipal, por ambos terem a mesma origem… não é assim pois o facto de um depender de um comando independente e o outro estar, como o próprio Moedas fez questão de referir, poder agir a mando, direto ou indireto, de um autarca, constitui um desnível qualitativo idêntico ao que separa a plataforma plana da ravina onde desemboca.
Igualmente nas guerras que, desgraçadamente estão a marcar os tempos correntes, temos vindo a assistir à padronização das batalhas tecnológicas onde drones, misseis teleguiados, orientação remota, têm ocupado a arena, dominado a ação e assumido o controlo das maiores refregas. Muito se disse e dirá, sobre a sofisticação, inovação e, até… autonomia. Ora aí, independentemente do horror da destruição e mortandade que os atuais conflitos estão a provocar, a linha que nunca poderá ser ultrapassada… acaba de ser anunciada pelo exército ucraniano revelando que estão a ultimar um drone capaz de operar totalmente autónomo, capaz de operar sem qualquer intervenção humana, totalmente comandado por inteligência artificial. Quando for entregue a uma máquina, por mais inteligente que seja, a capacidade de decidir, por si só, sobre uma vida humana, acabou de se cair num abismo de dimensões e consequências inimagináveis… O precipício onde a humanidade caiu, não tem retorno e por mais que se possa assemelhar a uma caminhada dura e cheia de obstáculos… tem um gérmen de tal forma pérfido e malévolo que, uma vez aceite, nunca mais nada será como dantes.


José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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