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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Amanhã vai decorrer uma sessão informativa para produtores florestais, em Macedo de Cavaleiros

 A Associação dos Produtores Agro-Florestais da Terra Quente (Agriarbol) promove amanhã, dia 1 de fevereiro, uma sessão informativa, no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, às 16h00.

Programa:

  • Medidas de Apoio à exploração 6º QCA PEPAC 23/27;
Associativismo Florestal:
  • Plano de Ação – AAC Nº 3/C08-I05.02/2023
  • Plano de Ação – AAC Nº 3/C08-I05.02/2024

Escrito por Rádio ONDA LIVRE

Aldeia do Mês: em Aveleda, o diabo anda à solta

 Um ciclo de ritos ligados ao Solstício de Inverno transforma Aveleda, em Bragança, numa algazarra sacro-profana que se estende até dia 6 de Janeiro.

Yoko Fujiwara - Aveleda, a nossa Aldeia do Mês, tem como ponto alto do ano a Festa dos Rapazes. 

Para quem não conhece, a nossa Aldeia do Mês fica no concelho de Bragança, faz fronteira com Rio de Onor, e com esta aldeia raiana forma uma unidade administrativa: a União de Freguesias de Aveleda e Rio de Onor. Para além disso, por oposição à “Terra Quente”, integra a “Terra Fria”, aquela zona de Trás-os-Montes que caminha para as altas montanhas do Gerês, a um passo de Espanha.

Em Dezembro, a nossa rubrica dedicada ao Portugal rural menos desbravado obriga-nos à escolha de uma única aldeia, mas na verdade o motivo de festejo é transversal a um grupo de aldeias vizinhas que celebra uma tradição dobrada, alterada e misturada com os tempos imemoriais: os ritos do Solstício de Inverno. Neste artigo, tentamos explicar como estas celebrações se manifestam em Aveleda e arredores e de que forma transformam o período de Natal e o Dia de Reis em algo inimitável no país.

UMA VIAGEM NO TEMPO

Terras de antanho como estas conservam tradições muito mais antigas do que a nacionalidade, de tempos em que fronteiras e estados nem sequer eram uma realidade. O calendário dos povos antigos peninsulares, aqueles que aqui habitavam anteriormente à chegada dos romanos, era governado por eventos astronómicos e por uma relação umbilical e permanente com a natureza.

É hoje sabido que os nossos antepassados pré-históricos voltaram o seu esforço para o acompanhamento dos astros e a sua devoção. Numa relação simples e básica que provavelmente, de acordo com o historiador e filósofo Yuval Harari, terá dado origem ao pensamento religioso, numa negociação com o Sol e a Lua. O Sol brilharia, a Lua exerceria a sua força, mas com equilíbrio. Pedia-se chuva, produtividade das terras, fertilidade na produção; e então, a organização de um conjunto de rituais, destinados a estabelecer essa troca comercial de devoções, instituiu-se.

David Miguel Vaz - De acordo com os censos de 2021, as aldeias de Aveleda (na imagem) e Rio de Onor – que, juntas, formam uma união de freguesias – são habitadas, ao todo, por 227 pessoas. Aqui, a relação dos locais com a natureza, e com os seus ciclos, é inquebrável. 

É impossível desenvolver aqui todo o processo que levou a que os ritos  assumissem a forma que têm hoje, e que encontramos nestas Festas de Inverno de Bragança, das quais as de Aveleda fazem parte. Mas tal só é prova dos vários formatos que assumiram nos períodos diversos em que a Península foi dominada por culturas diferentes.

Não deixa de ser curioso, contudo, que os antigos adorassem Mitra, divindade solar chegada do Médio Oriente à Europa e adaptada e ajustada a culturas tão diferentes como a indiana ou a grega clássica, que nasceu numa caverna sob uma luz divina e foi visitada, em adoração, por três reis estrangeiros, de acordo com o mito. Se a história vos parecer familiar... não é um acaso.

NA TERRA FRIA, O PAGANISMO AINDA NÃO MORREU

Em Aveleda, e na verdade em todo o concelho de Bragança, o período dos ritos do Solstício estende-se de 25 de Dezembro até 6 de Janeiro. Para os cristãos, é o auge da celebração de todos os eventos que rodeam o nascimento de Cristo; mas como vimos, nos tempos pagãos das tribos ibéricas e dos celtas, tratava-se de pedir boas condições para a agricultura. Como tal, cristianismo e paganismo misturam-se nas celebrações; e o primeiro grande evento, logo no dia de Natal, é a Festa dos Rapazes.

Yoko Fujiwara - Neste período festivo, os caretos percorrem toda a aldeia, ora sozinhos, ora acompanhados de músicos. Nesta imagem, foram apanhados em fuga pela câmara de um fotógrafo local a um passo do bar da Casa do Povo de Aveleda. 

Os preparativos começam em Novembro com a recolha de lenha para fogueiras, que se acendem nos festejos. Mas a 25 e 26 de Dezembro, jovens de 16 anos ou menores saem à rua, vestidos de forma colorida e exótica, com fatos que recordam imediatamente os famosos Caretos de Podence. Tal como se aproxima a mudança de ano solar, aqui celebra-se a passagem para a idade adulta destes rapazes. Celebração é uma palavra justa, pois há cortejos, festas, danças e gritos. Os rapazes percorrem as ruas das aldeias com a energia e irreverência próprias da idade, num último fôlego da imaturidade que querem abandonar antes de assumir a responsabilidade da vida adulta. As tradições da festa, como se nota, têm pouco a ver com o Natal e recordam mais as Saturnálias romanas, momentos de grande êxtase e folia que ocorriam por esta altura do ano.

MÁSCARAS, COMÉDIAS E UM SALVO-CONDUTO PARA O ATREVIMENTO

Os mascarados são personagens principais e, quando saem à rua, não têm piedade. É-lhes permitida, com bastante latitude, uma série de acções que num dia normal não seriam toleradas em sociedade. Gozam alarvemente com os factos ridículos da aldeia, as suas pessoas, os seus pecados e pecadilhos. Por isso, se mantêm anónimos, agindo como a voz popular que cala durante o resto do ano as ofensas e as queixas – são as chamadas Comédias.

Enquanto expiam estes males públicos percorrem as casas porta a porta, fazendo peditórios em benefício de Santo Estêvão, primeiro mártir cristão e entidade religiosa que apadrinha todos estes rituais. É curioso que, entre outras coisas, Santo Estêvão seja padroeiro das dores de cabeça, pois estes moços de máscara vão causar muitas na aldeia. Munidos de um cajoto, um pau grosso que funciona como bengala, os rapazes andam à bulha uns com os outros, procurando revelar qual deles é o fisicamente mais apto, ou forte, se preferirem.

A aldeia e os seus habitantes são chamados a participar na ronda, um grupo de músicos – habitualmente um gaiteiro, um tocador de bombo e um homem da caixa – que podem surgir a qualquer momento do dia. Durante os dias 25 e 26, o lado comunitário é celebrado em dois momentos, um solene e um profano. O solene é a missa, na qual os caretos têm um lugar de destaque, junto ao padre. Esta celebração costuma ocorrer antes das Comédias e é como uma metamorfose: nela, estes jovens beijam o Menino antes de todos os outros e, em seguida, vestidos de caretos, virarão demónios que sobressaltam as moças, nelas se roçando, e que não poupam ninguém a críticas. Já o momento profano é a refeição comunitária, preparada pelos rapazes ou pelas suas mães. Podem ocorrer nas casas dos diabos à solta, mas nalgumas aldeias é uma única refeição partilhada na praça central da aldeia. As mulheres estão proibidas de participar, excepto no final.

David Miguel Vaz - À procura de uma experiência genuína na chamada “Terra Fria Transmontana”? Aveleda é uma possibilidade, a 15 quilómetros de Bragança. 

DO SOLSTÍCIO DE INVERNO À QUARESMA

Actualmente, a Festa dos Rapazes, tal como outras Festas de Inverno, ocorre em várias aldeias do concelho de Bragança, iniciando um ciclo festivo que vai até para lá do Dias de Reis. Em Janeiro, por exemplo, a aldeia de Salsas traz de volta os caretos que, descansando depois de Natal, estão com energia suficiente para entrar em casa de quem quiserem, importunando os habitantes como queiram.

O pesadelo (ou o sonho divertido, depende da perspectiva) acaba apenas na Quarta-Feira de Cinzas, quando os demónios de máscara invadem a cidade de Bragança, espalhando o terror nos seus bairros mais antigos. Procuram, claro, moças, que perseguem nas casas e varandas, aproveitando os últimos fôlegos de festa que se segue ao Carnaval antes de regressarem ao seu sono: anuncia-se a Quaresma e, com ela, a penitência, a solenidade e o decoro. Até lá, se andar pela Terra Fria de Trás-os-Montes, tenha cuidado: eles andam aí e não poupam ninguém.

Yoko Fujiwara - Composto por um gaiteiro, um tocador de bombo e um homem da caixa, um grupo de músicos lidera a chamada “ronda” durante a Festa dos Rapazes de Aveleda. Para uma contextualização rigorosa desta longínqua tradição, não deixe de visitar na sede do concelho o Museu Ibérico da Máscara e do Traje.

A ALDEIA DO LADO

Convém recordar, antes de partir para a Terra Fria, que Aveleda é uma freguesia que se juntou à de Rio de Onor para formar uma união de freguesias. O segundo lugar é bem mais conhecido do que o primeiro, em virtude do seu simbolismo como aldeia fronteiriça.

A rara distinção de ser atravessada a meio pela fronteira entre Portugal e Espanha dá a Rio de Onor múltiplas identidades: do lado castelhano, chamam-lhe Rihonor de Castilla – ainda que pertença, historicamente, à herança da cultura do reino de Leão. É também por isso que aqui ouvirá, num caso quase único na península, um dialecto quase extinto que pertence ao grupo do asturo-leonês – ao qual pertence também o mirandês, a nossa segunda língua oficial –, que nesta região antecedeu a língua castelhana como idioma oficial do mesmo reino ibérico um dia liderado pela família de Dom Afonso Henriques.

Bruno Fernandes

Corço Challenge Grijó

Caretos de Podence ofereceram traje ao Papa

𝗙𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗱𝗮 𝗔𝗺𝗲𝗻𝗱𝗼𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗲𝗺 𝗙𝗹𝗼𝗿 𝟮𝟬𝟮𝟱 🌸🌸

𝗘𝘅𝗽𝗼𝘀𝗶𝗰̧𝗮̃𝗼 | 𝗣𝗿𝗮́𝘁𝗶𝗰𝗮𝘀 𝗖𝗶𝗻𝗲𝗴𝗲́𝘁𝗶𝗰𝗮𝘀 𝗲𝗺 𝗧𝗼𝗿𝗿𝗲 𝗱𝗲 𝗠𝗼𝗻𝗰𝗼𝗿𝘃𝗼

 01 de Fevereiro a 31 de Março de 2025
Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior

Para visitação da exposição dirija-se a Loja Interativa de Turismo de Torre de Moncorvo de segunda-feira a sexta-feira, das 09h00 às 18h00, e nos sábados, domingos e feriados das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

AULAS DE DANÇA 💃🕺

 Qualquer pessoa consegue aprender a dançar!
Experimente qualquer uma das aulas/modalidades dirigidas por profissionais credenciados para o efeito e aprenda a dançar os seus ritmos favoritos.

A participação é livre e gratuita, porém carece de inscrição.

Uma iniciativa da A MultiA com o apoio do Município de Vila Flor.

Inscrições AQUI.

Detidos por caça em área de proteção em Vila Flor

 A GNR deteve, ontem, dois homens de 61 e 51 anos, por caça em área de proteção, no concelho de Vila Flor.


No decorrer de uma ação de fiscalização ao exercício do ato venatório, para prevenção, deteção e repressão de situações de caça fora das normas legalmente estabelecidas, “os suspeitos exerciam o ato venatório em área de proteção, nomeadamente, a caçar a menos de 500 metros de uma instalação de criação animal, sendo esta zona considerada área de proteção”, explica a GNR.

No seguimento da ação, foram apreendidas duas armas de fogo e 187 munições.

Segundo o comunicado, os detidos foram constituídos arguidos e os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Vila Flor.

Jornalista: Rita Teixeira

Grandes etnógrafos portugueses: guardiões da cultura popular

 A etnografia portuguesa tem uma história rica e diversificada, marcada por investigadores que se dedicaram ao estudo das tradições, costumes e modos de vida das comunidades em Portugal.


Desde o século XIX até à atualidade, vários etnógrafos portugueses destacaram-se pelos seus contributos inestimáveis para a compreensão da cultura popular e das identidades regionais do país.

Entre os mais reconhecidos, podemos mencionar José Leite de Vasconcelos, Jorge Dias, Michel Giacometti, Ernesto Veiga de Oliveira, Benjamim Enes Pereira, Manuel Viegas Guerreiro e Fernando Galhano.

José Leite de Vasconcelos (1858-1941) é frequentemente considerado o pai da etnografia portuguesa. Filólogo, arqueólogo e etnógrafo, foi um dos primeiros a sistematizar o estudo da cultura popular portuguesa.

Fundou o Museu Etnológico Português (hoje Museu Nacional de Arqueologia) e realizou extensas investigações sobre o folclore, as tradições orais, a linguística e os costumes do povo português.

Entre as suas obras mais relevantes destacam-se “Etnografia Portuguesa“, onde compilou um vasto conjunto de informações sobre a vida rural, as festas populares, as crenças e os rituais de várias regiões do país.

Jorge Dias (1907-1973) foi um dos mais influentes etnógrafos portugueses do século XX. A sua abordagem foi profundamente influenciada pela antropologia social e pela etnografia germânica, tendo estudado em profundidade a cultura material e imaterial do país.

Uma das suas investigações mais notáveis incidiu sobre os Macondes de Moçambique, o que fez dele uma referência internacional nos estudos africanos. No entanto, também dedicou grande parte do seu trabalho ao estudo da cultura portuguesa, particularmente à análise da ruralidade e da organização social das comunidades do Norte de Portugal.

A sua obra “Os Arados Portugueses” constitui um exemplo da sua abordagem minuciosa ao estudo das práticas agrícolas tradicionais.

Michel Giacometti (1929-1990) foi um etnógrafo e musicólogo corso que se radicou em Portugal e desempenhou um papel crucial na recolha e preservação da música tradicional portuguesa. Percorreu o país gravando e documentando canções, práticas musicais e rituais populares que estavam em risco de desaparecer.

A sua colaboração com o realizador Alfredo Tropa na série “Povo que Canta” da RTP tornou-o uma figura icónica da cultura popular portuguesa. O seu trabalho influenciou gerações de investigadores e artistas, como José Mário Branco e Fausto Bordalo Dias, que incorporaram nas suas músicas os sons e histórias recolhidos por Giacometti.

Ernesto Veiga de Oliveira (1910-1990) destacou-se pelo seu trabalho na etnografia material, estudando objetos, utensílios, instrumentos e práticas tradicionais portuguesas.

Foi um dos principais colaboradores do Centro de Estudos de Etnologia Peninsular e dedicou-se a uma investigação detalhada sobre o quotidiano das populações rurais, particularmente sobre a arquitetura vernacular, os transportes tradicionais, a cestaria, a cerâmica e as técnicas agrícolas.

A sua obra “Instrumentos Musicais Populares Portugueses“, escrita em coautoria com Benjamim Pereira e Joaquim Nogueira, é um dos estudos mais completos sobre a cultura musical popular portuguesa.

Benjamim Enes Pereira (n. 1928) é outro nome incontornável da etnografia portuguesa, com um trabalho focado na cultura material e nas manifestações culturais do povo português.

Colaborou com Ernesto Veiga de Oliveira em várias investigações e publicou estudos detalhados sobre a cultura popular, a arquitetura tradicional e as técnicas artesanais.

A sua obra “Estudos de Etnologia” reúne uma parte significativa da sua pesquisa, sendo uma referência essencial para qualquer estudioso da etnografia portuguesa.

Manuel Viegas Guerreiro (1912-1997) foi um etnógrafo e antropólogo que estudou extensivamente as culturas africanas e a tradição oral portuguesa. A sua pesquisa incidiu sobre os povos de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, documentando aspetos linguísticos e culturais fundamentais para a compreensão das sociedades africanas e da sua ligação a Portugal.

Foi professor na Universidade de Lisboa e um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento dos estudos etnográficos em Portugal.

Fernando Galhano (1904-1995) dedicou-se ao estudo da cultura material portuguesa, com especial enfoque na arquitetura popular e nos instrumentos agrícolas e de pesca. O seu trabalho ajudou a documentar e preservar práticas tradicionais que estavam em risco de desaparecer.

Publicou numerosos estudos sobre a etnografia portuguesa, colaborando com outros investigadores para a valorização do património cultural do país.

Além destes nomes, há muitos outros investigadores que contribuíram significativamente para o estudo e preservação da cultura popular portuguesa.

O trabalho dos etnógrafos portugueses tem sido fundamental para a valorização das tradições e para a compreensão das dinâmicas socioculturais do país. As suas investigações continuam a influenciar estudiosos, artistas e decisores políticos na promoção e salvaguarda do património cultural português.

Sendim: Torneio de Bolota e feijoada para a Festa de Santa Bárbara

 Neste fim-de-semana de 1 e 2 de fevereiro, a Comissão de Festas em honra de Santa Bárbara 2024/2025, organiza em Sendim, um torneio de bolota e uma feijoada takeaway, duas iniciativas que têm como objetivo promover o convívio entre a população e angariar dinheiro para as festas no mês de agosto.


De acordo com uma mordomas da Comissão de Festas em honra de Santa Bárbara 2024/2025, Ana Paula André, o torneio de bolota (Belote) vai decorrer na tarde de sábado (15h00), no pavilhão multiusos, na vila de Sendim.

“Este jogo é muito popular em França e foi trazido pelos nossos emigrantes. A Bolota é jogada em pares, por 4 pessoas. A inscrição no torneio custa 20 Santas e tem como 1º prémio dois cordeiros”, indicou.

No Domingo, também no pavilhão multiusos de Sendim, a Comissão de Festas em honra de Santa Bárbara 2024/2025 vai servir uma feijoada, na modadlidade de takeaway.

Para efetuar a encomenda, o público deve fazê-lo até ao dia 1 de fevereiro, através dos números 933 845 219 ou 934 505 414.

Ao longo do ano, os seis casais sendinseses, que constituem a equipa da Comissão de Festas em honra de Santa Bárbara 2024/2025 vão organizar outras iniciativas. Um dos destaques são os festejos do Carnaval, agendados para sábado, dia 1 de março, com um jantar, baile e um concurso de máscaras.

“Também vamos participar com o serviço de restaurante no ritual de máscaras, em Bemposta; na Queima das Fitas, no Porto; na Ronda das Adegas, em Atenor; na Festa do Senhor de Matosinhos, entre outras iniciativas”, elencou.

Este ano, a semana de Festas em honra de Santa Bárbara, na vila de Sendim, vai decorrer de 3 a 10 de agosto.

HA

Caso Hernâni Dias: a "ferida" na lei dos solos e a "importância do escrutínio da pegada legislativa"

 A demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território subiu a debate no Fórum TSF. O investigador Luís Sousa refere que "não basta regular o lobby, é preciso também ter a noção de quem contribui com o quê para peças legislativas desta natureza que têm um alto valor económico"


Um dia depois da demissão de Hernâni Dias, que ocupava o cargo de secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, o primeiro-ministro ainda não fez qualquer declaração sobre o assunto. Esta é a primeira baixa do Governo de Luís Montenegro. No Fórum TSF, Luís Sousa, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e que também faz parte da associação cívica Transparência e Integridade, referiu que, com este caso, a lei dos solos fica "ferida" do ponto de vista ético e deixou algumas questões.

"Quem está por trás do diploma? Quem vai beneficiar com este diploma? Não vamos ser naives e dizer: 'Isto é para o bem da comunidade e para baixar os preços da habitação'", considerou, sublinhando que "é importante o instrumento da pegada legislativa".

"Não basta regular o lobby, é preciso também ter a noção de quem contribui com o quê para, sobretudo, peças legislativas desta natureza que têm um alto valor económico. Há aqui oportunidade de enriquecimento, de negócio e é extremamente importante fazer esse escrutínio da pegada legislativa", assinalou.

Já para Rita Figueiras, investigadora na área da comunicação política, o primeiro-ministro pode ter conseguido que esta situação não fizesse mossa no Governo.

"A rapidez de atuação é um fator essencial para tentar estancar e para que esta ideia ainda se vá mais sedimentando nas pessoas, porque o caso acabou por ser tão rápido que muitas pessoas eventualmente ouviram falar em qualquer coisa, mas, em princípio, poderá não ter durado o tempo suficiente para que, de facto, se comece a fazer uma associação e uma amálgama entre todos estes vários casos que já têm acontecido e, de algum modo, fragilizado o Governo", afirmou.

"Esta rapidez faz uma diferença para um desgaste que tende a ser mais evidente e a consolidar-se na cabeça das pessoas quando ele se vai prolongando ao longo do tempo", acrescentou Rita Figueiras.

O primeiro-ministro aceitou na terça-feira o pedido de demissão do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, sublinhando "o desprendimento subjacente à decisão pessoal" do governante.

Numa nota do gabinete de Luís Montenegro publicada no portal do Governo lê-se que "o primeiro-ministro aceitou o pedido de demissão hoje apresentado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Dr. Hernâni Dias".

"Nesta ocasião, o primeiro-ministro expressa reconhecimento ao Dr. Hernâni Dias pelo empenho na concretização do Programa do Governo em áreas de particular importância e sublinha o desprendimento subjacente à decisão pessoal tomada. O secretário de Estado cessante será oportunamente substituído no cargo", acrescenta.

Esta é a primeira demissão no XXIV Governo Constitucional PSD/CDS-PP que tomou posse a 2 de abril do ano passado.

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está "de consciência absolutamente tranquila" e que agiu "com total transparência".

O secretário de Estado garante ter pedido ao Ministério Público (MP) "que investigasse a empreitada da Zona Industrial em Bragança e ao LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] que fizesse uma auditoria", assegurando, relativamente ao apartamento ocupado pelo filho no Porto, que "o valor das rendas foi pago por transferência".

Município de Macedo de Cavaleiros assinou 33 protocolos, com 19 freguesias do concelho

 Município de Macedo de Cavaleiros assinou 33 protocolos, com 19 freguesias do concelho


Estes protocolos têm três vertentes fundamentais, que assentam em diversos investimentos nas freguesias, os apoios às freguesias que têm gabinete de apoio ao cidadão, e ainda às freguesias que realizam feiras temáticas. Portanto, no fundo são três tipos de protocolos. Umas aldeias terão mais valor, outras terão menos. Nem todas realizam feiras temáticas. E os investimentos dependem das necessidades de cada freguesia. E os gabinetes de apoio ao cidadão, também existem em zonas estratégicas do concelho, normalmente as mais distantes e com menos, serviços à população.

Para além destes protocolos, o autarca acrescenta que o valor de investimento, poderá elevar-se a 2 milhões de euros, juntando outros investimentos que se pretendem realizar:

Em termos de investimento, e se consideramos também as vias de acesso e arruamentos. O valor total de investimento poderá rondar os 2 milhões de euros.

Foram sinalizadas as situações mais prioritárias:

As necessidades solicitadas por todos os presidentes de junta não foram todas satisfeitas. Nós temos que considerar que os autarcas, solicitam apoios de todas as necessidades que a freguesia tem. E o município não tem capacidade, para satisfazer essas todas solicitações. Nós optamos por aquelas situações prioritárias. O que estamos a fazer é um esforço financeiro adequado ao ano de governação.

Ontem foram assinados 33 protocolos com 19 freguesias do concelho, no valor total de quase de meio milhão de euros.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE

Tudo a postos para a 45.ª Feira do Fumeiro de Vinhais!

 De 6 a 9 de fevereiro de 2025, Vinhais volta a afirmar-se como a Capital do Fumeiro! Venha provar sabores autênticos, descobrir produtos regionais e viver uma festa cheia de tradição e muita animação!
Tudo isto e muito mais espera por si na maior feira do fumeiro do país! 

Moto Clube apresenta saldo positivo de quatro mil euros

 A Direção do Moto Clube de Mirandela (MCM) apresentou um saldo positivo de quatro mil euros no relatório de contas referente a 2024 (89 mil euros de despesa e 93 mil euros de receita) que foi aprovado, na assembleia-geral, que aconteceu no passado sábado. “O Moto Clube já mexe com muito dinheiro, anualmente, e temos um saldo positivo, pelo que estamos de boa saúde financeira”, adianta o presidente, Paulo Guilherme.


As contas foram aprovadas pelos 35 associados presentes na Assembleia-Geral, um número que Paulo Guilherme lamenta ser tão diminuto por entender que esse é o local onde se devem colocar as questões pertinentes sobre a atividade do clube. “Fizemos questão de divulgar pessoalmente, por mensagens e também através das redes sociais para que as pessoas fossem à Assembleia, porque é ali que se confrontam as ideias, o que está bem e o que está mal, mas as pessoas continuam a não aparecer e depois falam por trás e ficamos tristes porque andamos aqui por carolice e em vez de virem ajudar só lemos conversas que não prestigiam a associação”, lamenta.

Atualmente, o Moto Clube de Mirandela tem 520 sócios, mas pouco mais de 10% é que têm as quotas em dia. Uma situação que a direção liderada por Paulo Guilherme diz ser “incompreensível” e por isso pretendem realizar uma renumeração dos associados, mas em simultâneo pretendem ser flexíveis com os que pretendem regularizar a situação. “Não faz sentido termos tantos sócios na listagem, e depois não pagam as quotas, então temos de fazer um acerto na numeração dos sócios, se bem que quem quiser pagar até estamos disponíveis para perdoar alguns anos, porque há sempre uma forma de resolver o problema e cada caso é um caso”, sublinha Paulo Guilherme.

Na assembleia-geral, a direção apresentou o seu plano de atividades para este ano “com eventos todos os meses”, destaca. O primeiro deles será o passeio das “Amendoeiras em Flor”, marcado para 23 de fevereiro. Segue-se o Passeio TT da Feira da Alheira, nos dias 1 e 2 de março. O Dia do Motociclista que este ano acontece na Figueira da Foz, no dia 27 de abril. O Passeio dos clássicos, no mês de maio. A Nacional 2, em junho. O passeio dos cinquentinhas, em julho. A bênção dos capacetes em Fátima, no mês de Setembro. O passeio Mototurístico “Rota dos Cavaleiros”, em outubro. O magusto Motard, em novembro e o Pai Natal Motard, em dezembro.

Naturalmente, o evento de maior visibilidade será a concentração motard que está no calendário da Federação Motociclismo de Portugal agendada para os dias 4, 5 e 6 de julho.

Em 2024, a concentração teve um orçamento de 63 mil euros.

Fernando Pires

Mais de 30 restaurantes vão confecionar 5 mil litros de rancho este sábado em Mirandela

 Amanhã, 31 restaurantes de Mirandela vão confecionar cerca de 5 mil litros de rancho, uma iguaria típica da cidade que mistura grão-de-bico, carnes, batata, massa e presunto, para um almoço ao ar livre, no mercado municipal da terra onde são esperadas milhares de pessoas


Trata-se do Festival Gastronómico do Rancho, um prato que é tradição fazer parte das ementas de praticamente toda a restauração de Mirandela, às quintas-feiras, dia em que acontece a feira semanal.

Vítor Correia, vereador da câmara de Mirandela, acredita numa enorme adesão. “Esperemos que se ultrapasse o número de visitantes do ano passado, são sempre as nossas expetativas”, adianta.

Pelo segundo ano consecutivo, o evento - organizado pelo Município em colaboração com a Associação Comercial e Industrial – integra o concurso para eleger o melhor Rancho deste festival, através do modelo de provas-cegas, com um painel de jurados. “A apreciação será feita por um júri muito específico, muito credenciado e este ano até aumentamos o número, fizemos dois painéis para acelerarmos o processo de avaliação”, conta o vereador para quem este evento, para além de promover a iguaria, é também importante para dar a conhecer o território e dinamizar a economia local. “Queremos conquistar públicos novos e este festival acaba sempre por ser mais um fator da atratividade, porque as lojas tradicionais estão aí disponíveis para as alheiras, outros enchidos e outros produtos endógenos que temos pelo que o festival é também um veículo promotor da nossa cidade, do nosso concelho”.

Vítor Correia adianta que na edição deste ano, vão tentar sensibilizar os proprietários dos restaurantes presentes para um maior racionamento nas doses a servir. “É impossível que qualquer pessoa experimente os 31 ranchos. As pessoas vão experimentar 1, 2, 3 ranchos, eventualmente 4, enfim. O que se verifica, muitas das vezes, é que quem está a servir o rancho, procura encher a tigela. Temos que ter uma ação de sensibilização, para colocar menos rancho, porque algum pode ser deitado fora, assistimos a algum desperdício, e nós temos de promover o combate a esse desperdício. Talvez, se os restaurantes servirem menos rancho, há mais possibilidade de circular por todos e assim mais pessoas podem provar a diversidade do rancho”, explica.

Pão, vinho e 5 mil litros de rancho, um prato típico de Inverno que se degusta com colher, dão vida a Mirandela, ao almoço deste sábado preparado por 31 restaurantes locais. O kit de degustação - com malga, colher, e caneca incluídas - custa €7,5.

Para além da degustação do rancho, o festival contará ainda com a animação do grupo Chama Musical.

Escrito por Terra Quente (CIR)
Foto: Rádio Terra Quente

Quartel dos Bombeiros de Freixo de Espada à Cinta vai ser requalificado

 Obra vai custar mais de 470 mil euros


O quartel dos Bombeiros de Freixo de Espada à Cinta vai ser requalificado.

O município vai submeter uma candidatura no valor de quase meio milhão de euros ao Portugal 2030.

O objetivo é melhorar as instalações e até alargar o espaço. “Ficará um quartel praticamente novo, serão usadas apenas as infraestruturas existentes, vai ser todo remodelado, central telefónica, camaratas, acessos e aumento do parque de viaturas. Será uma obra emblemática para o concelho de Freixo de Espada à Cinta e para a salvaguarda da nossa população e de quem merece o nosso respeito que são os bombeiros”, avançou o presidente da câmara, Nuno Ferreira.

O edifício já tem cerca de 40 anos e, por isso, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Freixo de Espada à Cinta, Edgar Gata, destaca a importância da obra. “O quartel precisa de obras com alguma urgência, é da década de 80. Foi sempre uma obra feita aos pedaços, acrescentando sempre alguma coisa ao edifício existente, porque como está no centro da vila não tem grande espaço para expansão. Estas obras serão muito úteis para a corporação”, frisou.

O município apoia anualmente a associação humanitária com quase 200 mil euros. Além desta verba, vai também entregar seis equipamentos de combate a incêndio urbano, tendo em conta que os da corporação já estavam obsoletos.

O município de Freixo de Espada à Cinta espera submeter brevemente a candidatura para a requalificação do quartel e que a obra possa avançar ainda este ano.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

Com pouco, ou quase nada... faziam-se coisas.

Inevitável ter saudades destes tempos. Grande abraço companheiro.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Neste mundo, e, se puderes...

 Deus disse: faz todo o bem
Neste mundo, e, se puderes,
Acode a toda a desgraça
E não faças a ninguém
Aquilo que tu não queres
Que, por mal, alguém te faça.

António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."

𝐁𝐢𝐛𝐥𝐢𝐨𝐭𝐞𝐜𝐚 𝐌𝐮𝐧𝐢𝐜𝐢𝐩𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐌𝐢𝐫𝐚𝐧𝐝𝐞𝐥𝐚 𝐚𝐝𝐞𝐫𝐞 𝐚̀ 𝐁𝐢𝐛𝐥𝐢𝐨𝐋𝐄𝐃 𝐞 𝐣𝐚́ 𝐩𝐞𝐫𝐦𝐢𝐭𝐞 𝐫𝐞𝐪𝐮𝐢𝐬𝐢𝐭𝐚𝐫 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨𝐬 𝐝𝐢𝐠𝐢𝐭𝐚𝐢𝐬 𝐠𝐫𝐚𝐭𝐮𝐢𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞

 A Biblioteca Municipal Sarmento Pimentel aderiu à iniciativa “BiblioLED” e providencia acesso gratuito a livros digitais e audiolivros a todos os seus utilizadores.


Estes conteúdos estão disponíveis nas bibliotecas municipais participantes na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, à qual a Biblioteca Municipal de Mirandela pertence.

O serviço, lançado pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), complementa a oferta já existente nas 445 bibliotecas municipais do país, permitindo aos utilizadores uma experiência mais rica e diversificada, tanto presencial quanto online. 

O principal objetivo desta iniciativa é tornar a leitura mais acessível, incentivar a prática deste hábito entre a população e, ao mesmo tempo, acompanhar as novas exigências tecnológicas.

O acesso ao portal web pode ser feito AQUI.

Os utilizadores que queiram inscrever-se, devem fazê-lo presencialmente na Biblioteca Municipal Sarmento Pimentel. 

Os leitores com idade inferior a 13 anos necessitam de uma autorização dos encarregados de educação para proceder à inscrição.

📬 Contactos
Telefone: 278 201 590 
Morada: R. Cel. João Maria Sarmento Pimentel, 5370-417 Mirandela
🕰️ Horário de funcionamento: 
Segunda a Sexta 09:00h às 19:00h.
Sábado 09:30 às 12:30h e das 14:00h às 18:00h.

Política e populismo Do regime político ao sistema económico e ao programa de governo

Por: César Urbino Rodrigues
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Depois do último texto que publiquei aqui, no Facebook, sobre o populismo na política, o caso do deputado ex-Chega, Miguel Arruda, permite-nos reflectir um pouco mais e recordar os pressupostos básicos da vida em sociedade.

1 – A vida em sociedade tem como objectivo estruturante conseguir dar a cada membro o nível de realização pessoal de forma a atingir a sua felicidade, que fora da sociedade, é impossível. Isto equivale a dizer que a sociedade tem de assumir como objectivo a chamada justiça social e que não privilegie uns em relação aos outros, mas os trate a todos na base dos mesmos critérios. Para o efeito, toda a organização política e, por conseguinte, todo o titular de qualquer órgão do aparelho de Estado, têm de se sujeitar a dois princípios incontornáveis: 
- a ética da reciprocidade, que obriga todos os cidadãos e, com maioria de razão, todos os órgãos do aparelho de Estado a lidar com os outros cidadãos ou partidos políticos, de acordo com os mesmos critérios éticos e cognitivos que exige para si. Ninguém tem o direito de exigir, para si, direitos que não reconhece aos outros, nem de impor, aos outros, deveres que não admite para si.
- a defesa intransigente da verdade, sempre que ela seja possível, não a confundindo com opinião ou convicção. Se, no caso da verdade, só pode haver uma e ninguém a pode questionar, no caso da opinião, cada um pode ter a sua e ninguém pode ser molestado ou prejudicado por isso.
2 - Em segundo lugar, para que uma democracia seja saudável, tem que assentar no melhor regime político, no melhor sistema económico e no melhor programa de governo.
2.1 - Em relação ao regime político, e tendo em conta o princípio da ética da reciprocidade, por mais esforços que os ditadores façam para «vender o seu gato por lebre», só é aceitável um regime que respeite o pluripartidarismo, a separação de poderes - legislativo, executivo (governo e presidência da república) e judicial - e o voto popular, sem condicionamentos de qualquer espécie. Ou seja, só é admissível um regime republicano, laico e democrático. 
Não obstante as lacunas e falhas que os regimes democráticos podem deixar transparecer, a sua comparação com qualquer regime de ditadura – à esquerda ou à direita – não deixa dúvidas de que a democracia não tem alternativa, como o caso do Miguel Arruda demonstra cabalmente. De facto, todos sabemos que ele foi eleito pelo Chega, um partido que se tem fartado de criticar a democracia e exaltar o Estado Novo de Salazar, com o argumento de que este era incorruptível, enquanto que, após o 25 de Abril, houve muitos casos de corrupção. Só que, se vivêssemos ainda no Estado Novo e o Ventura fosse o «Salazar» dos nossos dias, o caso do Miguel Arruda nem sequer poderia ser noticiado por causa da «censura de imprensa», nem julgado por causa da subordinação do poder judicial ao poder político, como aconteceu com a morte de Humberto Delgado pela PIDE, cujos autores foram obrigados, por Salazar, a esconder, numa garagem do Estado, o automóvel em que se deslocaram, além de nunca terem sido julgados, antes do 25 de Abril.  
2.2 - Em relação ao sistema económico, direi que, neste momento, existem 3 hipóteses:
- o colectivismo marxista, com a estatização da economia, que perdeu qualquer credibilidade com os estrondosos fracassos nos países ditos comunistas, incluindo a China, um país que só saiu da miséria quando abandonou o colectivismo marxista.
- o socialismo democrático ou social-democracia, em que o Estado e os privados podem e devem coexistir na dinamização e no controlo da actividade económica, sobretudo em áreas fundamentais como a Educação, a Saúde, a Segurança Social, a actividade bancária e a Defesa, por exemplo, sempre de olho nos chico-espertos que gostam de fazer valer os seus interesses particulares, vendendo-os como se fossem os interesses colectivos, como parece estar a acontecer com o projecto do governo em relação à Segurança Social, que pretende privatizar o sistema das pensões, enchendo assim os bolsos de alguns fundos privados, que, ao menor aperto, decretam falência e deixam de as pagar.
- o liberalismo ou neoliberalismo, em que toda a actividade económica do país é entregue ao sector privado, enquanto a economia der lucro aos mais ricos, mas devolvida ao Estado quando houver prejuízos para suportar, como aconteceu na crise de 2008 - em todo o mundo e não só em Portugal - com os abusos e as falcatruas dos Bancos dos países mais desenvolvidos, a começar pelos EUA, desde o Leman Brothers, que faliu, ao Goldman Sachs, que só não faliu porque o governo de George Bush lhe deitou a mão, depois do desastre nacional e internacional do Leman Brothers. Em Portugal, os Bancos mais responsáveis pela crise foram o BPN, autorizado por Cavaco Silva a Dias Loureiro, e o BES, da família Espírito Santo. Nestes casos e noutros de menor dimensão, foi o Estado, ou seja, o contribuinte, quem teve de suportar os custos do desgoverno dos Bancos privados, que atingiu valores superiores a 22 mil milhões de euros.
Eu faço a minha escolha pelo socialismo democrático/social-democracia, tendo em conta dois ditados populares: «pia de muitos, bem comida e mal lavada» e «cada um puxa a brasa à sua sardinha». O primeiro é uma descrição rigorosa do regime colectivista marxista, enquanto que o segundo é uma chamada de atenção sobretudo para o risco do egoísmo subjacente ao neoliberalismo, ainda que também não esteja totalmente escondido no socialismo democrático, embora em menor grau.
2.3 - Quanto ao programa de governo, pode variar não só de partido para partido como de primeiro-ministro para primeiro-ministro do mesmo partido e cabe aos eleitores fazerem a sua escolha, tendo sempre em conta os dois provérbios populares anteriores. 
3 - Em terceiro lugar, permite-nos concluir que a qualidade da acção política de qualquer titular do aparelho de Estado – desde o poder judicial ao poder legislativo e ao poder executivo no governo e na presidência da República - não se mede pelo que dizem os seus titulares sobre a qualidade do seu trabalho, mas pelo controlo que os eleitores têm sobre o aparelho de Estado, coisa que nos regimes autoritários está totalmente fora de hipótese, ainda que nenhum regime político nos possa garantir a 100% esse controlo.  
No caso do Miguel Arruda, por exemplo, apesar de vivermos em democracia, ele cometeu o crime que cometeu e outros mais podem também cair em comportamentos contrários às leis e aos 2 princípios enunciados logo de início deste texto.  
No entanto, esses comportamentos não são uma consequência intrínseca da democracia, mas do carácter e da personalidade dos titulares dos órgãos do aparelho de Estado, independentemente dos partidos a que pertençam, podendo coexistir criminosos e demagogos em todos eles, tanto na política como na justiça. Só que, em democracia, a liberdade de expressão e a independência (teórica, pelo menos) do poder judicial em relação ao poder político dão-nos algumas possibilidades, ainda que limitadas, de os infractores serem responsabilizados criminal e politicamente. E digo limitadas porque, infelizmente, tanto o poder judicial como a comunicação social podem padecer dos mesmos problemas que o poder político, desde a corrupção à incompetência. Pôr procuradores que fizeram parte dum governo da AD a investigar o António Costa é o mesmo que porem o Fernando Madureira do FCP a arbitrar um jogo do Benfica ou do Sporting com outro clube qualquer. E transformar a comunicação social, nas tvs, numa feira de comentadores que, na maior parte dos casos, nada têm que abone a seu favor no desempenho dessa função, é um exercício de manipulação da pior espécie.
 Em todo o caso, os cidadãos eleitores terão sempre a possibilidade de corrigirem alguns desses problemas em eleições seguintes, o que não acontece nas ditaduras. 
4 – Concluindo:
4.1 - Não há alternativa ao regime democrático, embora este possa ter níveis diferentes de democraticidade, havendo sempre o risco de o nosso voto ir parar a pessoas sem qualquer respeito pela verdade e pela ética da reciprocidade. 
4.2 – Quanto ao sistema económico, não podemos aceitar nenhum sistema económico que, sob a capa do dinamismo do sector privado dos mais ricos, contribua para o «empanturramento» de alguns à custa dos menos favorecidos pelo Estado, num desprezo total pela justiça social.   
4.3 - Quanto ao programa de governo, quando votamos é como se estivéssemos sempre a apostar no “totoloto” e nunca sabemos o que nos vai calhar. Compete a cada um despir-se do seu egocentrismo psicológico, do seu egocentrismo cognitivo e do seu egocentrismo ético e votar com a razão e não com o coração.


César Urbino Rodrigues
, natural da aldeia de Peredo dos Castelhanos, concelho de Moncorvo, estudou 9 anos no Seminário de Macau, fez a licenciatura em Filosofia na Universidade do Porto, o Mestrado em Filosofia da Educação na Universidade do Minho, com uma tese sobre «As Coordenadas fundamentais da Educação no Estado Novo», e o doutoramento na Universidade de Valhadolid, em Teoria e História da Educação, com uma tese sobre a «Representação do Outro No Estado Novo. Foi professor no ensino secundário, na Escola do Magistério Primário de Bragança, no ISLA de Bragança, no Instituto Piaget de Mirandela e DAPP na Escola Superior de Educação de Bragança.

Rota Gastronómica do Javali: a boa mesa e a caça celebram-se em Macedo de Cavaleiros

 De 30 de janeiro a 2 de fevereiro, Macedo de Cavaleiros promove mais uma edição da Rota Gastronómica do Javali. A iniciativa, que decorre em simultâneo com a Feira da Caça e do Turismo, junta 13 restaurantes deste município transmontano

Javali no Pote, no restaurante Dona Antónia, em Macedo de CavaleirosBCBM

Entre 30 de janeiro e 2 de fevereiro, a iniciativa “Fins de Semana Gastronómicos” promovida pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal, faz paragem em Trás-os-Montes, mais precisamente em Macedo de Cavaleiros. Coincidindo com a realização da anual Feira da Caça e do Turismo decorre mais uma edição da Rota Gastronómica do Javali, que junta 13 restaurantes do município. A feira conta também com diversos workshops de cozinha, além de caminhadas e diversos espetáculos musicais, de falcoaria, corrida de galgos e iniciativas relacionadas com caça, incluindo uma montaria ao javali.

Fins de Semana Gastronomicos em Macedo de CavaleirosTPNP

Javali estufado no pote à moda de Macedo de Cavaleiros

“No que diz respeito à gastronomia de Macedo de Cavaleiros tudo é bom, do regional ao convencional”, anuncia o programa dos Fins de Semana Gastronómicos, destacando os “pratos de caça, nomeadamente o javali no pote com castanhas, até aos enchidos resultantes da matança do porco, passando pela doçaria ligada á castanha”.

Com diversos pratos e receituário, entre os 13 restaurantes aderentes destacam-se os espaços Dona Antónia e Montanhês, que integram o recente guia “Restaurantes, Pratos e Produtos Regionais”, que dá a conhecer todos os segredos da receita de “Javali estufado no pote à moda de Macedo de Cavaleiros”, considerado o emblema maior da gastronomia deste concelho transmontano. “Era o meio de sustento de muitas pessoas, que faziam montarias ao javali, mesmo no tempo dos reis”, conta António Silva, grão-mestre da Confraria do Javali, criada em 2012 por um grupo de amigos e adeptos desta carne. O “prato de excelência”, como lhe chama, foi reconhecido em 2020 pela Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural. “O Javali estufado no pote à moda de Macedo de Cavaleiros era um prato feito nas casas particulares, dos caçadores, mas não se via muito nos restaurantes.”

“O javali é light”

Manda a tradição que a receita seja preparada no pote de ferro, como antigamente. “Isso permite que todos os sabores inerentes ao javali, aos restantes ingredientes e às ervas que se administram vão marinando com o tempo e ganhando sabor, independentemente uns dos outros”, explica António Silva. Mas, se antigamente todas as partes do animal eram colocadas no pote, hoje em dia, graças à promoção da gastronomia da região e à criatividade dos cozinheiros, também se encontram outras propostas nos estabelecimentos locais: “Costeleta de javali”, “Pica-pau de javali”, “Rissóis de javali”, “Feijoada de javali”, “Arroz de cabidela de javali”, “Costela de javali assada na brasa”, “Empada de javali”, entre outros. “O javali é light, é um alimento que se deve comer porque não tem gordura. Ao contrário do porco caseiro, que tem gordura intramuscular, o javali não tem nenhuma”, remata o grão-mestre desta confraria.

Javali no pote em Macedo de CavaleirosTPNP

Para comer à colher, há cinco mil litros de Rancho de Mirandela à prova no Mercado Municipal

 Pão, vinho e cinco mil litros deste prato popular dão vida, este sábado, 1 de fevereiro, ao Festival Gastronómico do Rancho de Mirandela, preparado por 33 restaurantes locais, responsáveis por popularizar a receita. O kit de degustação, com malga, colher, e caneca incluídas custa €7,50

Festival Gastronómico do RanchoCM Mirandela

Elaborado com carnes de vitela e de porco, chouriço ou linguiça, massa, grão-de-bico e batata, podendo levar também presunto desfiado ou em pequenos pedaços, frango e cenoura, o Rancho de Mirandela tornou-se ícone da gastronomia local ao ser servido pela restauração local em dias de feira.

Receita de conforto perfeita para aconchegar os dias mais frios, além de reconfortante é também fácil de servir em épocas de maior afluência. Em Mirandela, a receita popular é comida à colher e acompanhada com pão tradicional e vinho da região. Para celebrar a tradição o município volta a organizar, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Mirandela e a Mircom, um festival gastronómico dedicado a este prato popular. O objetivo, destaca o município, passa pela promoção e valorização do território, dos produtos locais de qualidade e da restauração.

Este sábado, 1 de fevereiro, no Mercado de Mirandela, 33 restaurantes do concelho preparam a receita de Rancho de Mirandela que se tornou símbolo da região. A previsão é que sejam preprados cinco mil litros de Rancho. Nesta celebração da gastronomia transmontana, que vai já na oitava edição, o prato pode ser saboreado mediante a aquisição de um kit de degustação, composto por malga, colher, caneca e duas senhas para pão e vinho, custa €7,50 e garante a degustação em todos os restaurantes aderentes.

Festival Gastronómico do RanchoCM Mirandela

Além da experiência gastronómica única, o Festival Gastronómico do Rancho de Mirandela, a decorrer no Mercado Municipal sábado, 1 de fevereiro, entre as 12h00 e as 18h00, tem animação musical garantida.

À semelhança da edição anterior, decorre no mesmo dia um concurso para eleger o Melhor Rancho de Mirandela. Através do modelo de provas-cegas, um painel de jurados avaliará as características físicas e sensoriais da receita popular.

O Festival Gastronómico do Rancho de Mirandela é uma iniciativa da Câmara Municipal de Mirandela, com o apoio da Associação Comercial e Industrial de Mirandela e tem como objetivo promover a economia local, dinamizando o tecido empresarial da restauração do concelho através do incentivo ao consumo nos restaurantes locais. A pré-venda do kit exclusivo da edição de 2025, com um custo de €7,50, que garante a degustação desta iguaria em todos os restaurantes aderentes, está disponível para compra no Mercado Municipal (loja ACIM), no Centro Cultural de Mirandela, na ECOTECA de Mirandela e no Museu da Oliveira e do Azeite.

Concerto Solidário - Lions Clube

 No próximo dia 15 de fevereiro de 2025, o Centro Cultural de Mirandela será palco de um Concerto Solidário em homenagem ao Dia Internacional da Criança com Cancro.
O evento contará com a atuação de vários artistas.

Organizado pela Assessoria do Cancro Infantil dos Lions Clubes Portugal Centro/Norte D115, este concerto é uma oportunidade de celebrar a vida, sensibilizar a comunidade e apoiar uma causa tão importante.

Local: Grande Auditório do Centro Cultural de Mirandela
Data: 15 de fevereiro de 2025
Hora: 21h30