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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Morreu Adriano Vasco Rodrigues investigador do judaísmo

 O investigador, historiador e antropólogo Adriano Vasco Rodrigues, que desenvolveu trabalhos na área dos estudos judaicos, morreu no Porto, aos 96 anos.


O anúncio da morte foi comunicado pelo município de Torre de Moncorvo, que definiu Adriano Vasco Rodrigues como “investigador profícuo sobre a presença judaica em Portugal”, recordando que “em Moncorvo, existe um centro com o seu nome, em homenagem ao seu legado, o Centro de Estudos Judaicos Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues”.

Na opinião de Nuno Gonçalves, atual deputado da Aliança Democrática (AD), “Adriano Vasco Rodrigues era uma das pessoas mais sábias da cultura judaica em Portugal”.

“Adriano Vasco Rodrigues foi um dos grandes vultos da cultura nacional e da cultura moncorvense”, disse Nuno Gonçalves, lembrando que o historiador e sua mulher, Maria da Assunção Carqueja, estão associados à criação do Centro de Estados Judaicos, instalado num antiga sinagoga em Torre de Moncorvo.

Adriano Vasco Rodrigues nasceu na cidade da Guarda em 4 de maio de 1928, tendo casado com Maria da Assunção Carqueja, natural do concelho de Torre de Moncorvo.

O investigador era licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, doutorou-se em História de Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foi investigador do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto e deixa uma extensa bibliografia em áreas como arqueologia, história e etnografia.

Adriano Vasco Rodrigues, ao longo do seu percurso, fez especializações e graduações nas Universidades de Santiago de Compostela, em Espanha, de que foi bolseiro, e na Universidade de Bona, na Alemanha, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou em vários seminários e colóquios em universidades portuguesas e estrangeiras.

Foi diretor da Schola Europaea, na Bélgica, professor associado da Universidade Portucalense, vereador da Comissão Municipal de Arte e Arqueologia do Porto, director-geral do Ensino Particular e Cooperativo (1983-86), governador civil da Guarda (1982-83) e ainda deputado independente eleito pelo CDS, no círculo do Porto (1976-82).

O Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão, recorda o trabalho do investigador em Angola, nos anos de 1960-70, com o Instituto Superior de Investigação Cientifica e em prospeções e escavações arqueológicas e subaquáticas no mar de Luanda e no deserto do Namibe.

Adriano Vasco Rodrigues é autor, coautor, coordenador ou colaborador de obras como “De Cabinda ao Namibe”, “Judeus, judiarias e cristãos-novos na Beira Interior”, “Provérbios de origem sefardita no interior da Beira e em Trás-os-Montes”, “Gente de nação além e aquém do Côa : Judeus Sefarditas”, “A fortificação das fronteiras na estratégia da expansão portuguesa”, “O retábulo flamengo da igreja matriz de Torre de Moncorvo”, “História breve da engenharia civil : pilar da civilização ocidental”, “Terras da Meda : natureza, cultura e património”, “Monografia artística da cidade da Guarda”, “Almeida : da pré-história aos nossos dias”, “Os Lusitanos : mito e realidade”, “Arqueologia da Península Hispânica: Do Paleolítico à Romanização”, “Celorico da Beira e Linhares. Monografia Histórica e Artística”, “As terras da Beira nas invasões francesas” e da “História Geral da Civilização”, em dois volumes, publicada em 1973-74, pela Porto Editora.

Em 1994, foi condecorado com a Medalha de Ouro pela Câmara Municipal do Porto. Dois anos mais tarde, recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.

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