A região está sem avião desde o final de Setembro. Aguardava-se assim o resultado do concurso público, aberto em abril, entre o Governo e a companhia aérea Sevenair, que opera a rota desde 2009.
O contrato foi assinado apenas no passado dia 19 de dezembro e pedido a autorização ao Tribunal de Contas para libertar a verba para financiar a ligação aérea durante quatro anos.
No entanto, o Tribunal de Contas entendeu haver “irregularidades detetadas em datas mencionadas no documento”. "Em relação especificamente à data de início da concessão, não está correta, dado que tem a data de 1 de outubro de 2024, coisa que já passou", esclareceu Sérgio Leal, da Sevenair, acrescentando que será feita uma "adenda" ao contrato, embora admita que não sabe quando é que isso será feito.
Segundo a Sevenair, esta situação vem atrasar o regresso do avião à região, causando constrangimentos aos utilizadores e pondo em causa a credibilidade da ligação.
Desde setembro que a empresa se viu obrigada a colocar os trabalhadores em lay-off, admitindo que será muito difícil recuperar financeiramente. "Mantemos o nosso processo de lay-off, porque não temos outro remédio. Perante a perda de faturação que tivemos a partir de 30 de setembro, tivemos de o fazer. Infelizmente, durante período alguns funcionários tiveram de procurar outras soluções para a vida deles, o que é normal. À medida que os meses vão passando e que o prejuízo vai acumulando numa empresa, por não ter trabalho e a aguentar uma estrutura à espera de uma linha, claro que este prejuízo para o compensar não vai ser fácil, vão ser anos para o conseguir recuperar", frisou.
A situação arrasta-se desde o anterior Governo, que não abriu concurso público a tempo, o que obrigou a dois ajustes diretos, para que a ligação aérea não deixasse de ser feita. No final do segundo ajuste direto, a Sevenair deixou de operar, não só pelo fim do contrato, mas por não conseguir suportar mais os custos, uma vez que o Governo lhe devia quase 4 milhões de euros. A companhia aérea adiantou que metade deste valor já foi pago pelo atual Governo.
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