quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Bragança - A Educação nacional analisada por Carlos Silvestre

Foto: Glória Lopes
Carlos Silvestre
“Educação e Formação de Adultos e Idosos” revisita o panorama nacional da Educação
Carlos Silvestre apresentou em Bragança o seu novo livro “Educação e Formação de Adultos e Idosos”, uma segunda edição revista e aumentada, que aborda, entre outros assuntos, os últimos 10 anos da Educação e Formação de Adultos e Idosos em Portugal (a Iniciativa Novas Oportunidades e as metodologias, estratégias de intervenção, profissionais que gerou). “Os idosos cada vez são mais, também vivem mais tempo, no entanto são desprezados e desaproveitadas as suas competências e saberes.

Com este livro pretendo mostrar a importância que toda a gente tem, ainda que os políticos pensem que a educação é para meia dúzia de pessoas”, explicou o docente à margem da apresentação do livro no passado dia 20, numa cerimónia que teve lugar no Centro Cultural Adriano Moreira, em Bragança.
Apesar de se tratar de uma segunda edição, esta publicação tem mais 174 páginas do que a primeira, cujo título também foi alterado. O livro foi considerado “uma novidade no campo da pedagogia” por Ernesto Rodrigues, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa que o apresentou em Bragança, e uma obra de alguém experimentado na formação e educação de adultos e idosos que faz uma travessia sobre a arte de ensinar os mais velhos desde 1947 em termos de legislação.
Este professor universitário considera que a segunda edição tem como vantagem em relação à primeira o facto de abordar os últimos 10 anos e as Novas Oportunidades. “Termina com uma sugestão valiosíssima que é a ideia de ensinar os idosos em geral a partir do conceito de mesa redonda, o que significa com as suas opiniões e os seus valores e que professor pode administrar os conhecimentos que já trazem e assim valorizá-los”, explicou Ernesto Rodrigues. Sobre as grandes mudanças ocorridas na Educação na última década, Carlos Silvestre destaca a criação nas Novas Oportunidades como “a melhor coisa” que se fez nos últimos 36 anos. “É a melhor reforma educadora que se fez em Portugal”, pois, em sua opinião, pode ser aproveitada para rentabilizar a Educação dos mais jovens.
“Quem está mal educado em Portugal não são as crianças nem os jovens são os políticos e as pessoas que decidem que acabam por dar maus exemplos aos jovens”, frisou. Considera também que o país não estava preparado para a “grande inovação” que é o programa Novas Oportunidades e por isso “tentou-se denegrir”, disse o autor. Em 36 anos, Portugal conheceu 31 ministros da Educação. “Desta forma não há reformas que resistam”, afirmou.
O docente propõe uma solução para o desenvolvimento do tema Educação, visto não só do ponto de vista da Certificação Escolar.
Por seu lado, Ernesto Rodrigues referiu que esta obra “refundida, obriga os executores de hoje a repensarem o conceito Novas Oportunidades”. Segundo o Censos de 2011, 25 por cento da população portuguesa não tem nenhum grau de ensino e são potenciais alunos deste tipo de “escola nova”, referiu Ernesto Rodrigues que defende que este tipo de ensino pode ser importante quando o país se vai desertificando e para a colocação de professores desempregados e para evitar que emigrem. “O professor pode ser o vector deste novo ciclo”, acrescentou.

Por: Glória Lopes
in:mdb.pt

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